terça-feira, 28 de junho de 2016

Existe Orgulho no Dia do Orgulho LGBT?

Dia 28 de Junho é o dia que nós da Comunidade LGBT nós abrimos um pouco mais para dizer que temos orgulho do que somos e comemoramos o "Dia do Orgulho LGBT", alguns de nós sabem que a origem dessa 'comemoração' se deu porque no ano de 1969, frequentadores do bar Stonewall Inn (Nova Iorque/EUA), voltado para o público homossexual e transexual, reagia à ação abusiva, violenta  e desumana constante da policia local. Fato que desencadeio mais dois dias de protestos e culmina na marcha ocorrida no dia 1 de julho de 1970, em lembrança ao aniversário do motim, precursora das atuais Paradas do Orgulho LGBTQ. Hoje é dia de lembra do Orgulho de ser quem é, de lembrar do heróis que possivelmente não sabemos os nomes, mas que abriram alas para nós, a nova geração.

Dados históricos à parte, já se passaram 47 anos desde a 'Rebelião de Stonewall'. Nós acreditamos que estamos mais livres em nossas redes sociais para dizer "Feliz Dia do Orgulho LGBT", mas a onda de violência está cada vez mais crescente, o ódio parece não cessar, cada dia surge um novo 'representante' de Deus para dizer que a homossexualidade é errado, porém que seja hoje também o dia de reconhecermos que essa data não significa nada além de RESISTÊNCIA!


Alias, hoje também é dia de CERTIFICAÇÃO e AGRADECIMENTO aos que lutaram por nós no passado. É precisamos reconhecer que não será a heteronormatividade que nos salvará, pois foram as bichas negras, as bichas femininas, as lésbicas masculinizadas, as drags, as trans, os 'estranhos', os menos favorecidos financeiramente, foram todos aqueles que um dia receberam o adjetivo de profanos, abomináveis, os 'não dignos' que abriram espaço para que hoje você e eu tenhamos (o minimo de) voz.


Orgulhe-se de verdade em ser o que você é! Seja você um ato politico vivo. Não tenha medo por que ser LGBT vai além de deitar-se com alguém do mesmo sexo; nós nascemos assim, por isso ser LGBT é ser perseverante.

E que seja hoje a confirmação de que NÓS NUNCA VAMOS FICAR EM SILÊNCIO!

VAI TER VIADAGEM, SIM!






sexta-feira, 3 de junho de 2016

Ofensa Não é Brincadeira OU Amizade é Outra Coisa

— Por que você está se envolvendo com isso, nem foi com você?!! — as pessoas me questionam quando veem eu me posicionar contra o preconceito.

E a resposta é simples do que imaginam; eu me envolvo porque no dia que cada um cuidar só de si, o mundo pode acabar e nós estaremos perdidos. Basta apenas ser humano para defender as pessoas; mesmo que essas pessoas não estejam inseridas no mesmo grupo social, étnico, econômico, sexual que nós estamos.


Eu não preciso ser diferente para lutar contra o bullying.
Eu não preciso ser negro para lutar contra o racismo.
Eu não preciso ser mulher para lutar contra o machismo.
Eu não preciso ser judeu para lutar contra o antissemitismo.
Eu não preciso ser gordo para lutar contra a gordofobia.
Você não precisa ser LGBT para lutar contra a homofobia.

Quem desconhece o significado de ALTERIDADE e EMPATIA pensa que sou apenas um louco, problemático, aquele que procura confusão com todos; se o que dizem ser "confusão" for minha atitude em defender as pessoas e esclarecer ao mundo que conviver uns com os outros e suas diferenças está cada vez mais difícil, sim, lamento informar, mas eu sou A confusão em forma de ser humano.

— É só uma brincadeira — eles dizem.

Não, amiguinho! Não é apenas uma brincadeira. E por mais incrível que pareça, é possível fazer humor sem atacar as pessoas. Nunca se esqueçam que o preconceito fere físico e psicologicamente, mas quem sente não é você que está "brincando", que vivencia o ataque maquiado de brincadeira são as pessoas que tem uma conduta diferente da sua, elas que vão ter que lidar com os danos que a chacota, dita brincadeira, o fez sofrer. Vamos repensar? 
"Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor.", já dizia o educador Paulo Freire.
Ele não poderia estar mais correto nesta colocação, o que vemos diariamente são pessoas que passaram por algum tipo de opressão e quando encontram alguém dito 'mais fraco', ao invés ter alteridade e empatia suficiente para acolher, se torna opressor; replicando assim o comportamento daqueles que o atacaram um dia. Ninguém precisa ser assim!

…E antes que esse texto acabe, vamos voltar para a alteridade, que ter um sentindo muito fácil de entender e nada mais é do que ter a capacidade de se colocar no lugar do outro, perceber as diferenças, respeitá-las, sem perder a sua essência como um ser humano único.

É isso, o mundo será um lugar melhor quando pensarmos sobre o que falamos, com quem falamos, onde falamos e por que falamos. Ofensa não é brincadeira! E que seja reciproco todo sentimento verdadeiro.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Mais um Dia dos Namorados…

Eu tenho sempre comentado que a ferramenta "Neste Dia" do Facebook, tem sido um grande aliado (ao menos para mim) na hora de apagar aquele close errado, relembrar aquela foto, aquela festa, aquela bad-trip, aquela indireta para as inimigas, que a gente postou anos atrás e possivelmente nem lembrava que aquelas palavras ou imagens se quer existiam…

E lá vem mais um Dia do Namorados…

Obviamente que o Facebook está mostrando meu processo de digerir essa data ao longo dos anos, que insistimos em chamar de "comercial", mas não deixamos de nos pegar (uma hora ou outra) pensando que seria uma coisa bem legal estar com alguém, trocar presentes e coisinhas românticas etc e tals na porra desse dia! Certo? Então está certo.


Dia 02 de Junho de 2012, eu postei essa foto (acima) de dois rapazes segurando suas mãos com a legenda "…um dia chegará minha vez"; quatro anos se passarem e mais um Dia dos Namorados sozinho. Será que posso dizer que 'minha vez' não chegou?! Será que 'minha vez' vai acontecer um dia?

E quando eu me percebo questionando essas coisas, me lembro de um amigo que um dia me disse que não me via como um ser amável, ou melhor, ele não me via alguém para ser amado; segundo ele, eu sou 'demais', eu falo alto demais, eu tenho opinião demais, eu explico demais, detesto demais, amo demais e isso não iria permitir que alguém estivesse ao meu lado, essas características que fazem eu ser o que sou, na visão dele seriam algo que me impediria de ser amado por alguém. Admito que acreditei muito nessas palavras por bastante tempo, ele nem deve lembrar que me disse (duvido até que lembre o que almoçou hoje) mas até hoje tento me libertar dos efeitos do verbo sob mim, não é fácil.
E meu mecanismo de defesa é o silenciamento, eu digo para as pessoas que elas estão livres (elas estão de fato), mas a verdade é que existe uma voz lá no fundo da minha cabeça dizendo que eu não presto para ser amado por ninguém; Sendo assim não resta muito o que fazer além de deixar as pessoas passarem. O mais interessante dentro desse movimento é perceber que por mais que eu tente me blindar de certas situações, elas tendem a se repetir; Um ciclo. No entanto o ciclo do qual eu preciso me libertar é o meu próprio ciclo.

Será mais um Dia dos Namorados sozinho, mas a verdade é que eu espero que o amor não seja para sempre, para mim, apenas um verbo conjugado no futuro (inatingível) ou no passado (uma memoria nunca vivida).