quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

"Cabelo de Chapinha" uma Apoteose à Ditadura da Beleza Feminina

Marcha do Orgulho Crespo - São Paulo, 2015.

Foi com tremendo estranhamento que na última terça-feira (08/12/2015), após voltar da praia, dei uma breve passada no Farol da Barra com um amigo e me deparei com um trio elétrico, no qual estavam o cantor baiano Bell Marques, seus filhos (não saberia dizer os nomes) e a apresentadora Angélica gravando o programa Estrelas da TV Globo.

Maior estranhando e desconforto me veio quando o senhor Bell Marques disparou contra a multidão, ali em sua maioria afrodecendes — como muitos bem sabem, Salvador é a cidade com maior número de negros(as), fora da África, no mundo — os versos de sua aposta musical para o Carnaval 2016. Na canção, Bell insinua que o parceiro da "nega" só gosta dos cabelos dela com chapinha, quimicamente tratados, enquadrados nos cruéis padrões de beleza feminina, que vem aprisionando e diminuindo a real beleza das mulheres afrodescendentes (ou não) há anos.
Ao cantar "ô mainha, mas eu só gosto do cabelo de chapinha, mainha. Ô tá liso, tá lisinho. tá liso, tá lisinho",  além de boa oportunidade perdida para ficar calado, Bell, como artista popular, que interpreta suas canções diante de multidões totalmente diversificada está sendo excludente, e desrespeitoso com uma parcela enorme de seu publico que são as mulheres (negras ou não) que possuem cabelos crespos ou encaracolados e os preferem assim. Há que afirmar, que não, eles não gostam apenas do cabelo com chapinha, senhor Bell Marques, na verdade, eles não tem que gostar de nada nelas, pois são elas, as mulheres que tem (ou deveriam ter) total controle de como querem manter seus cabelos, seu corpo, sua alma e sua dignidade.


Marcha do Orgulho Crespo - São Paulo, 2015.

A música "Cabelo de Chapinha" causa tamanho desconforto auditivo (e social) principalmente por ser interpretada por um cantor que supostamente vive a realidade de seu público, realidade esta que não esta sendo respeitada em nenhum dos versos da canção; Bell Marques é cidadão soteropolitano, cidade conhecida como a Roma Negra, uma ode a seus +80% da população de afrodescendentes (segundo informações do IBGE 2013), mas o cantor falta com respeito a milhares de negras que enfrentam diariamente abusos devido aos seus cabelos crespos ou ondulados; ou vocês acham que é fácil permanecer empregado com um massivo black-power?! Não, não é! Não é fácil assumir os cabelos afrodescendentes naturais, a luta por identidade é intensa todos os dias e como artista popular, Bell Marques tem responsabilidade, sim, sobre a mensagem que quer passar para seu publico e tantos outros que ouviram e irão decorar por osmose (de tão respeitadas vezes que vão ouvir) o refrão desta péssima música.
 

A página Oficial de Bell Marques está deletando todos os comentários que levantam a discussão sobre a temática da mensagem racista, machista e exploradora dos padrões da beleza feminina; o meu comentário, que já possuía +100 curtidas, foi um desses deletados e se eu insistir em colocar a boca no trombone de novo logo serei bloqueado pela administração da página, não querem admitir que a música é de mal gusto!

 
Mulheres, não se iludam, vocês são lindas com crespo, encaracolado (ou não).  Chega da ditadura do liso! É hora de repudiar qualquer tentativa de padronização!
 
É hora do #OrgulhoCrespo!

Marcha do Orgulho Crespo - São Paulo, 2015.


UPDATE: como eu havia previsto, fui bloqueado e meus comentarios apagados pela admin da página de Bell Marques no Facebook. Quem não tem argumento, sabe apenas ser repressor.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A Culpa é do Pobre?

Capa do Jornal da Metrópole - Salvador, 29 de Outubro 2015

Esse é um daqueles momentos que eu preciso desabafar tamanha é minha indignação ao ler a matéria da capa do Jornal da Metrópole que expõe a opinião do “digníssimo” Antônio Magno (PT/BA), prefeito da Ilha de Vera Cruz que afirma que a causa do aumento da criminalidade na Ilha se dá devido a "chegada de visitantes de baixa renda". Pensamento insano, desinformado e desnecessário, sim!

Para quem acredita que a opinião desse indivíduo restringe aos limites da pequena Ilha, se engana, a teoria torpe de Magno é um reflexo da politica nacional mais preocupada em seus próprios benefícios do que com as politicas públicas/sociais que visam melhorar a qualidade de vida do povo, seja ele de baixa renda ou não. Não sabe o senhor Prefeito que estão nas mãos dele, e dos outros larápios de Brasília, a solução para que as pessoas de baixa renda não sejam levadas a marginalidade; É sim, função dos poderes públicos a solução dos problemas sociais melhorando a Educação, Saúde, Saneamento Básico, Transporte Público, Geração de Empregos etc, que consequentemente reduzirão os níveis de criminalidade. A solução não esta em superlotar cadeias (muito menos pena de morte, que fique claro!), a solução está na assistência social.
Para um Brasil melhor, para um mundo melhor, é necessário abandonar esse politica elitista, onde quem pode mais é quem possui mais capital de investimento nas campanhas eleitorais superfaturadas dos políticos descompromissados. Chega de enriquecer o setor privado, chega do lobby ostensivo desses grupos organizados que não tem objetivo nenhum além de aumentar cada vez mais os dígitos positivos de contas bancarias escusas no exterior.
Está na hora do povo reagir contra pessoas e pensamentos como esses do prefeito Antônio Magno, e entender de uma vez por todas que somos os patrões dos políticos, por que é através de nosso voto que eles chegaram onde estão. Somos nós, o povo, os responsáveis pela fiscalização dos serviços prestados pelos políticos.

E em 2016 mais uma vez estaremos nas urnas selecionando nossos representantes municipais, não faça como Pilatos que lavou suas mãos, acreditando que não seria responsabilizado por seus atos, mas use as suas mãos para escolher o melhor para sua comunidade, sua cidade e seu país. Pense no coletivo, por que não vai adiantar dizer amanhã que a culpa não é sua por que não votou em X ou Y, como cidadãos a respondibilidade é nossa, sim.
O Governo é do Povo e para o Povo, não se esqueçam!

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Stenio Garcia, nudes e a hipervalorização da juventude

Terça feira, 29 de setembro de 2015 - 23:21 hrs

Eis que surge num rede social uma foto de nu frontal do glorioso ator brasileiro Stenio Garcia (83 anos) e sua esposa Marilene Saade (47 anos) e como já sabemos, nude é igual consorcio, quando você mesmo espera é contemplado com um seu que vazou na web, e quando chega lá, não tem mais jeito.

Vivemos um momento que o acesso a informação e a possibilidade de compartilhar opiniões, estilo de vida, manias, estranhezas etc está cada vez mais fácil; o oversharing é tão gigante que quando não tínhamos mais nada para compartilhar como mundo, decidimos compartilhar o corpo nu; e se vocês acham que eu penso que a nudez e o autorretrato são coisas ruins, muito se enganam, penso que o nude é a libertação, é primícia de uma democracia da beleza mesmo, talvez, distante, é sim possível. Ao meu ver o nude é o acesso direto e pessoa ao (sentir-se) sexy mesmo não estando diretamente ligado aos padrões de beleza estabelecidos pela a industria de massa, mas essa é outra conversa.

Se celebramos o vazamento de um nude de uma Kardashian popozuda qualquer ou daquele ator blockbuster holiwoodiano com barriga de tanquinho por que o alvoroço negativo em cima do nude de Stenio Gacia? Será que a pele enrugada ou cabelos brancos é algo tão bizarro assim? São esses questionamentos que me motiva a escrever esse texto; é a reação negativa das pessoas ao ver o nude alguém com seus 83 anos de idade. Como se a velhice (ou envelhecer) fosse uma tipo de condenação velada onde a pessoa é obrigada a se reduzir diante os jovens, viver silenciosamente com suas memorias e apenas aguardar a morte. Envelhecer está longe disso, sabia?


Chega a ser ridículo observar o quanto as pessoas hipervalorizam a juventude sem considerar que um dia o colágeno diminui, o cabelo cai (ou fica branco), as juntas começam a doer, a fila da balada passa a não nada divertido, as rugas aparecem e assim a vida vai seguindo e esse é o processo natural das coisas. O que não podemos esquecer é essas mudanças são o que nos torna humanos reais e com as mudanças trazidas pela idade que aprendemos que envelhecer é um privilegio que quiça muitos de nós não teremos.
Uma geração que torce o nariz a imagem de um senior nu, que  talvez, tem uma vida sexual mais ativa que de muito jovem, não viverá o que a maturidade e a velhice tem para o oferecer de bom. E não se assuste, sim, existem coisas boas na velhice.

Sim ao nude de Stenio Garcia, pois envelhecer não é condenação, mas a falta se respeito é fatal (independentemente da idade).

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

ESCROTO! ou A Babaquice pode Transformar.

Preciso desabafar uma coisa! Posso? Deixa eu contar isso então...

Long story short: 
Ontem eu estava caminhando no calçadão do Farol da Barra conversando com um amigo e vinha esse menino (com a amiga dele) caminhando em nossa direção, eu me distrai com alguma coisa▲e não tinha visto o tal rapaz ainda; meu amigo me cutucou para eu retornar ao planeta Terra e prestar atenção no tal boy, na hora eu me concentrei no cutuque e dediquei um olhar ao rapaz, meu olho foi direto no olho dele e ele olhou para mim em reposta; naqueles segundos seguintes que nos cruzamos pareceu que houve uma conexão (talvez tenha tido) em minha cabeça havia acontecido algo reciproco.

Para ser bem sincero, eu tenho (tinha) esses complexos com aparência; não é sobre ser ou não bonito, mas sobre me sentir bonito ou desejável, por mais que as pessoas digam que tenho uma boa aparência e tals, eu não sinto (sentia) que sou (era) alguém que poderia despertar o desejo de alguém. Por conta disso, eu tenho (tinha) bloqueios automáticos de autossabotagem quando percebo (percebia) que alguém pode demonstrar interesse em mim.

Depois de alguns metros caminhados, me questionei: "não vou fazer nada e vou deixar esse cara passar? Será que eu sou tão ridículo para me permitir a uma situação tão lastimoso de autossabotagem como essa? o que tem de errado comigo? NÃO TEM NADA DE ERRADO COMIGO!"
Não sei o que mudou em mim, só que olhei para trás (eu nunca teria feito isso antes) e ele estava olhando também.
Eu olhei para trás de novo (uma coragem tomou conta de mim, que sensação boa) e ele estava olhando de novo, fato que me deu mais determinação de olhar ele outra vez (plim plim plim estava me sentindo muito vencedor por estar conseguindo olhar para trás, por que de verdade, eu nunca faria isso, nem a primeira vez) e para minha surpresa, ele (e a amiga) estavam olhando mais uma vez.

Eu parei no meio do calçadão! (era com se tivesse ganhando um Oscar). 
Ele parou.

Dei o primeiro passo, parei. Meu amigo atônito, perguntou: "você vai ter coragem de ir?"
Eu disse: "vou!"
Fui. Ele veio ao meu encontro também.

Aquele metros que nos separava nunca pareceram tão distantes, eu me sentia meu estranho, como se meus braços e minhas pernas fossem mais longos do que o normal e eu estava desengonçado.
Eu tremia.
Quando eu cheguei perto dele, sorrimos, a mão estendeu para um cumprimento forte, mãos macias. Olhando um para o outro, um não saber o que dizer.
_Meu nome é F.
_Tudo bem? Sou Jarbas.
_Tudo bem, Jarbas. Vamos trocar número?
_Vamos.

Com os dedos trêmulos, anotei o número dele no celular.

_Me manda mensagem no whatsapp. tá?
_Mando sim.

O coração era uma bateria na Sapucaí.

_Até mais então.
_Até.

Olhos nos olhos. Sorriso e mais um aperto de mão forte. Nos despedimos.
Voltei ao meu amigo e fui comer um acarajé.

Mais tarde, quando cheguei em casa (para não parecer tão desesperado) mandei mensagem para o celular dele. A imagem abaixo ilustra o que houve.

Clique na imagem para ampliar para conseguir ler (e não seja essa pessoa)

Bem, esse foi o desfecho da história com o menino. No fim, ele tinha "ado" (que tipo de gente vulgar chama namorado de "ado"?) era só mais um babaca da vida, disfarçado de um sujeito bacana, que achou divertido paquerar alguém na rua, alimentar uma suposta situação que ele sabia que não iria para frente e diante de tamanha pobreza de espirito, não há muito que explorar da situação. Eu não faria isso que ele fez para alimentar meu ego, e não recomendo que façam porque simplesmente não é legal agir dessa maneira.

Poderia ter mando ele tomar no meio do cu depois disso? Sim! Mas preferi evitar o desgaste. F. não sabe, mas ontem, ele transformou minha vida de uma maneira imaginável e quanto a isso, eu tenho muita gratidão. F. que eu achei bonito, que despertou meu desejo, que me fez sentir conectado e que estimulou a quebrar paradigmas que um dia eu imaginei que nunca conseguiria superar me ajudou muito mais do que qualquer psicologo ou terapia. 

O click foi exatamente esse: eu tenho tudo! Mesmo não sendo capa da Men's Health, eu não tenho nenhuma deformidade no corpo ou um calombo na cara e mesmo que fosse o próprio Quasimodo (e daí?) isso não importaria. Cada pessoa é perfeita à sua maneira!
Eu tenho um trabalho, tenho graduação superior, falo mais de uma língua, sou inteligente, sou bem humorado e divertido, sei me comunicar com as pessoas, sou independente, tenho bom gosto para música e gosto de série de TV, leio mais de cinco livros por ano, sei falar sobre fotografia, cinema, MC Timbu (o das duas bucetas) a Baby Consuelo e Elis Regina, sei quem foi Franz Kafka e já citei Clarice Lispector e ouço Britney Spears... sendo assim, o que me impede de ser feliz além de mim? Se temos tantos predicados, por que fico me boicotando o tempo todo?

Percbi que para mudar qualquer situação é preciso querer, a gente precisa se permitir e se impor; reconhecer que somos merecedores de coisas boas como qualquer outra pessoa do mundo; se conhecer, ter pés no chão, saber onde está e não se deixar levar por pessoas (e pensamentos) levianos. A gente precisa se amar mais! Se fulano ou beltrano não gosta do que eu tenho a oferecer, o problema não esta comigo, o problema (se é que podemos chamar isso de problema) está com a pessoa. É importante ressaltar que nós não temos controle sobre o que os outros pensam, e se eu não tenho controle, não é minha culpa. Dá um alivio entender que não podemos assumir pra gente o que é dos outros.

Miga, de ontem em diante sou outra pessoa!
Ah, uma última dica: NÃO SEJA ESCROTO! Tá? Então tá bom.




▲ Só para você saber que eu me distrai com uma gay que estava de patins que as rodinhas era de neon. bicha, NEON! aquilo brilhava tanto que não teve homem certo para prender minha atenção.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Vai procurar uma...

"O inimigo do meu inimigo é meu amigo"
Proverbio (dito) Árabe. 

Vivemos em temos estranhos. De repente surgiu diversos motivos para atacar uns aos outros e disseminar o desconforto de toda essa agressividade nas redes sociais, que intensificaram as tensões no platô de guerra midiático virtual. 

Não é novidade para ninguém a crescente (e já chata) pseudo batalha entre evangélicos e a comunidade LGBTT (e o resto mundo laico e com o mínimo de discernimento para entender que os tempos são outros e que nada é fixo na História, nem mesmo “o Criador” de tudo). Sendo assim as farpas são trocadas todos os dias e o foco principal de um lado que seria divulgar o amor de Jesus Cristo, Nosso Senhor; do outro reivindicar visibilidade e direitos civis legítimos (que é sempre bom salientar que não tem nada haver com a religiosidade de ninguém, já que “dê a César o que é de César e dê a Deus o que é de Deus”) para criar uma eterna contenda entre as partes, causando o maior furor nas redes sociais que no fim não leva a lugar algum, já que essas discussões também não surgem algo realmente tangível ou se quer inteligente.


Estamos acompanhando a recentemente troca de farpas entre o jornalista Ricardo Boechat e o (dito) pastor Silas Malafaia, tudo começou quando o jornalista resolveu responder aos intempéries do pastor quando o mesmo publicou no Twitter que o Boechat estava "falando asneira" quando disse na rádio que "os pastores incitam os fiéis a praticarem a intolerância", o que na minha opinião é uma grande verdade.

Ricardo não deixou barato e em resposta, disparou “Malafaia, vai procurar uma rola, vai. Não me encha o saco. Você é um idiota, um paspalhão, um pilantra, tomador de grana de fiel, explorador da fé alheia e agora vai querer me processar. Você gosta é muito de palanque, eu não vou te dar palanque porque tu é um otário”, um tanto deselegante e desnecessariamente violento, eu diria. Bastou isso para a frase “vai procurar um rola” virar o novo meme da internet. Agora é cool mandar alguém procurar uma rola.

Foge, rola! É uma cilada!
Repare que a coisa está tão bagunçada e as pessoas estão tão fartas desse senhor Malafaia que poucos perceberam que Ricardo Boechet, na essência também está sendo homofóbico em sua declaração, “vá procurar uma rola” aqui é posto como algo ruim, um tipo de punição a Malafaia. 
Desde quando rola é algo ruim? Sejamos francos, nós vamos sim, procurar uma rola, não por que é imposto tal comportamento, e todo gay tem que ser ‘caçar’ de rola. Eu digo a vocês, ao senhor Ricardo Boechet, Silas Malfaia (eca!) e a tantos outros que eu vou sim procurar uma rola e não por que é meu castigo, e não me sinto envergonhado, eu vou procurar uma rola por que eu gosto e não vai ser nenhum de vocês que vai me fazer sentir mal por isso. Sabem porquê? Por que ninguém nunca chegou até mim para dizer: “ah, vá procurar uma buceta!” como se fosse algo ruim, muito pelo contrário, a frase já veio aos meus ouvidos como forma de concertar a sexualidade que dizem estar com defeito (mesmo sem estar). Sei que tempos onde tudo está confuso, talvez nós gays estamos com medo de estar sozinhos nessa dita batalha, e por isso qualquer um vira amigo, mas bem sei que nem sempre o inimigo de meu inimigo será meu amigo. 

E cá entre nós, se eu fosse a rola, e fugiria de Silas Malafaia. Vou te contar...

sábado, 13 de junho de 2015

história 209: tá amarrado, Jeová!


Finalmente 18 horas e eu estava indo embora do trabalho. a vida não era em nada bucólica, na rua carros, buzinas, gente para lá e para cá, o movimento de voltar para casa estava a todo vapor. Eu fui para o ponto de ônibus e para minha sorte assim que cheguei meu ônibus estava lá parado, só me esperando, minha felicidade maior foi perceber que tinha um lugar vazio ao lado de uma senhora. YAS! Eu iria sentado.

Ela sorriu simpática quando me sentei, notei pelas roupas, o cabelo comprimo demais e a Bíblia no colo que ela deveria ser evangélica, não que esse seja o ponto principal da história, só uma colocação necessária. Pois bem, motorista fechou a porta e seguimos viagem adentrando o engarrafamento à nossa frente.

O movimento do ônibus pareceu ninar a senhora que caiu no sono segundos depois que o automóvel começou a se movimentar. E como é de se esperar, quando se está no meio de engarrafamento de carros é que os mesmos vão andar, parar, andar mais um pouco, parar, às vezes nem anda tanto assim, mas anda, e nesse ritmo que Deus ajuda a todos nós a chegar em casa. Só que toda vez que o motorista dava aquela parada, muitas vezes brusca, porque eles esquecem que estão carregando gente, mas sacos de batata, a senhora ao meu lado despertava do sono, era um fluxo do ônibus andar, parar, a senhora acordar assustada.

"Eita meu Deus!", soltou num das primeiras vezes.

"Valei-me, Nosso Senhor!", assustou-se quase batendo a cabeça na poltrona a frente.

Eu observando aquela cena e segurando meu riso, quando o ônibus andou um pouco mais, um carro entrou na frente do veiculo, o motorista apertou a buzina freando cinematograficamente, foram uns 10 segundos de turbulência em que todos se mexeram na cadeira, a senhora que já dormia acordou sobressaltada, com a pancada na cabeça na poltrona da frente e gritou: "TÁ AMARRADO, JEOVÁ JIREH! HOJE O INIMIGO NÃO VAI TRIUNFAR. TÁ REPREENDIDO!"

Foi uma cena tão rápida dela ter acordado, batido a cabeça na poltrona da frente, ter deixa claro para satanás que ele não iria vencer aquele dia e voltar a dormir de novo que se eu não tivesse ao lado daquela senhora não teria identificado de onde tinha partido o grito, inclusive acredito que ninguém que estava no ônibus e até hoje não sabe de onde veio o clamor.

A viagem seguiu bem, a senhora desceu um ponto antes de mim. É, somos vizinho... e o resto não é tão interessante. vou te contar...

sábado, 17 de janeiro de 2015

põe a cara no sol, mona!
põe a cara no sol, querida!
aceita gay, é pra poucas a cara no sol, mona!
bicha bonita não se esconde, mostra o rosto, a feminilidade.