quinta-feira, 18 de setembro de 2008

história 150: festa na roça, é pra lá de bom!

era pra ser uma noite qualquer, eu iria ficar dentro de casa, sem fazer nada, assistir alguma serie americana no notebook, comer alguma porcaria, ler, depois dormir. mas elas me ligaram me chamando para ir nunca festa na zona rural. olhei ao redor, pensei: "o que poderia dar errado?! eu vou..."

em menos de quinze minutos eu me arrumei e eles pararam o carro na porta de minha casa, magicamente seis pessoas dentro de um gol rumaram para a tal roça, cerca de dez quilômetros de distancia do centro. poeira era o que não falta e a velha sinusite adormecida voltou com força e foi espirro para todos os lados. eu só pensando: "senhor, porque eu faço isso?!"

[...]

depois de solavancos, buracos, quase uma batida, desvios de animais, nós [finalmente] chegamos ao lugar da tal festa. foram os dez quilômetros mais longos de minha vida. desci do carro. olhei ao redor e automaticamente senti vontade de voltar para o aconchego de minha casa.

via-se varias barracas de bebidas um carro com um fundo aberto improvisando um balcão de bar, uma churrasqueira do lado e carne chiando em cima da grelha. ao lado uma cobertura com um palco de madeira e caixas de som que pareciam que tinham enxames de abelhas tamanho era o zumbido. tinham as clássicas barracas de pasteis que dava medo só de olhar para quantidade de gordura que tinha cada um deles. gente feia era o que não faltava e todos os meus alunos pareciam estar lá. por onde eu andava tinha alguém falando meu nome.

"a solução é beber, né?!" pense. encostei perto de uma daquelas barracas e pedi uma cerveja. o povo que veio comigo se espalhou. e eu permaneci próximo à barraca das bebidas o prefeito encostou, pagou uma cerveja pra mim. o vice-prefeito encostou, pagou uma cerveja pra mim. o irmão do prefeito encostou, pagou uma cerveja pra mim. outras pessoas encostaram e pagaram cerveja pra mim. alcoolicamente falando foi umas das melhores festas de minha vida. fui e voltei com praticamente a mesma quantidade de dinheiro, mas beber cerveja é o diabo, porque toda hora a gente sente vontade de ir no banheiro.
"onde tem banheiro aqui?!" perguntei e uma chuva de risadas veio como resposta.

- aí, ué!
- aí, aonde?
- qualquer lugar escuro, qualquer uma dessas cercas, no meio do mato, escolhe...
- mas eu preciso ver um vaso sanitário para fazer xixi... [fazendo a bessha fresca]
- vixe, tem ali no prédio da escola, vai lá, mas acho que não é muito limpo não.

"mas acho que não é muito limpo não" essa parte da frase ressoou varias vezes dentro de minha cabeça enquanto eu caminhava em direção ao banheiro que ficava próximo à escola. Abri o portãozinho de ferro, algumas pessoas sentadas no muro baixo. fui caminhando pelo corredor lateral, virei à esquina, estava meio escuro, mas deu pra ver na minha frente dois homens se atracando! voltei dois passos, só podia estar bêbado, como assim?! lá no meio do nada também tinha viado?! soltei um pigarro. eles me olharam desconfiados, eu abaixei a cabeça, morrendo de vontade saber quem era, mas a escuridão e minha cegueira não permitiram reconhecer os sujeitos. o de blusa clara saiu primeiro, depois o outro. entrei no quartinho 2 por 2, o cheiro forte invadiu minhas narinas. onde estava o vaso sanitário? que vaso que nada, lá tinha era um buraco no chão. mijei lá mesmo.

voltei ao encontro de meus amigos, continuei bebendo e perdi meu bom-senso rápido, graças a deus. e nada mais me surpreendia. oh, coisa boa, esses programas de índio mudam minha vida. vou te contar...

15 comentários:

  1. hahaha
    vou te contar
    essas festas que você vai me deixam com muita vontade de ir
    e to falando sério
    pena morar longe...

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  2. pra me tirar do aconchego do meu lar tem de ser uma proposta muito boa. não estar fazendo nada nunca foi pretexto pra eu sair.

    já não bebo. já não saiu.

    poucas histórias pra contar.
    haehhehea


    vida nerd!!

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  3. "gente feia era o que não faltava e todos os meus alunos pareciam estar lá."
    Putz... Maldade com os alunos.

    E pensar que com um texto desses... Ainda não chuparam seu mamilo...
    (Sim, eu li o post anteior... heuehuehue)
    Fui-me.

    PS: ah... e quanto a vontade de mijar com cerveja... eu fico meio que minutante com isso... a cada minuto tenho que ir... aí só matinho mesmo.

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  4. migooooooo por um momento achei q ia rolar um three some com os caras hahahaha

    bjos

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  5. Ahauhauahauhauahauhaauhauh!!

    Gente, a prefeitura em peso estava querendo te embebedar!!! hauhauhauhauahauh!

    E que coisa fresca, hein!!! Eu adoooro mijar no mato! Me sinto feliz quando posso fazer isso!!!
    Ainda mais se for em espaços abertos!!!

    Ahauahauahuhuhau!

    E não deu nem pra marcar a roupa dos meninos pra ver quem era, depois?????

    Beijão!

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  6. rsrsr
    isso que vc flw da cerveja, que faz a pessoa mijar muito me lembrou uma coisa que aconteceu comigo. Uma vez eu tava na praia, bebendo cerveja e aí tava muito apertado mas como tava tendo festa e a cidade era pequena so tinha um banheiro comunitario, lá fui eu, banheiro lotado, consegui uma vaga pa mijar.De repente enquanto eu fazia o serviço, senti olhares languidos pra minha pessoa(risos) quando olhei pro lado tinha um cara se masturbando e olhando po meu instrumento. até hoje tenho trauma disso e não consigo mais ir em banheiro publico. Só se estiver meio vazio
    rsrsr

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  7. rs
    se vc tem o sonho de ser jornalista. seja!
    eu tinha, hoje eu sou e sou muito feliz. tenho orgulho disso, sei que não vou ficar rica tão fácil, mas sei que faço o que sei fazer e o que gosto.
    agora, tem que amar de verdade e saber que a palavra "sonho" e outras que conotam fantasias não encaixam muito bem no mercado de trabalho.
    mas te digo com certeza: eu amo ser jornalista!

    vou tentar aparecer mais!

    beijo!

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  8. Po,lindo,faz isto não,rsss

    Que aconteceu depois que vc perdeu o bom senso??


    :)

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  9. Hahaha...eita programinha de indio, haha festa na roça éukiá de ruim, as vezes eh bom, mas a maioria das vezes eh ruim.

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  10. nao costumo comentar assim do nada, mas nao teve como... barbaro esse post... eu fiquei imaginando tudo isso...

    nunca pense "oq pode dar errado" ou "nao tem como piorar". dá azar isso... hahaha

    beijos e bom final de semana pra vc

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  11. Vou te contar, essa história me fez lembrar aquele filme do Xitaozinho e Xororó, hahahaah. Essas festas do interior.

    Deus me livre.
    Meu pai mesmo é da roCa e lembro todas as vezes q íamos pro Paraná eu fazia a revoltada e não queria sair do carro.

    Hahahha

    bjao e bom findi

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  12. Jarbas, eu nasci numa cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro. Aos vinte anos me mudei de mala e cuia pra capital e apos mais 10 anos me encontro na Franca, sur la Cote d' Azur. Hoje o que me da mais prazer ao mundo, eh de me encontrar numa dessas festas de interiorzao com programas de indio inclusos! hahaha
    Eh por isso que estou sempre com a minha carteira da FUNAI em dia, pra nao perder nehuma dessas oportunidades! rssss

    Grande abraco e parabens pelo blog que eh super engracado com as suas estorias reais e irreverentes!

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  13. variar de ar um pouquinho faz bem..
    sabia...

    fazer loucuras como essa tambem faz bem, para nunca mais fazer de novo...

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  14. nossa eu super topo essas coisas
    e viva o escuro!
    hehehe

    bjoooooooooooooo

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  15. Pô, Jarbas, que vaso sanitário o quê! Não sabe nem aproveitar as vantagens de ter nascido homem mwauheua xD

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agora me conte você…