segunda-feira, 10 de agosto de 2015

ESCROTO! ou A Babaquice pode Transformar.

Preciso desabafar uma coisa! Posso? Deixa eu contar isso então...

Long story short: 
Ontem eu estava caminhando no calçadão do Farol da Barra conversando com um amigo e vinha esse menino (com a amiga dele) caminhando em nossa direção, eu me distrai com alguma coisa▲e não tinha visto o tal rapaz ainda; meu amigo me cutucou para eu retornar ao planeta Terra e prestar atenção no tal boy, na hora eu me concentrei no cutuque e dediquei um olhar ao rapaz, meu olho foi direto no olho dele e ele olhou para mim em reposta; naqueles segundos seguintes que nos cruzamos pareceu que houve uma conexão (talvez tenha tido) em minha cabeça havia acontecido algo reciproco.

Para ser bem sincero, eu tenho (tinha) esses complexos com aparência; não é sobre ser ou não bonito, mas sobre me sentir bonito ou desejável, por mais que as pessoas digam que tenho uma boa aparência e tals, eu não sinto (sentia) que sou (era) alguém que poderia despertar o desejo de alguém. Por conta disso, eu tenho (tinha) bloqueios automáticos de autossabotagem quando percebo (percebia) que alguém pode demonstrar interesse em mim.

Depois de alguns metros caminhados, me questionei: "não vou fazer nada e vou deixar esse cara passar? Será que eu sou tão ridículo para me permitir a uma situação tão lastimoso de autossabotagem como essa? o que tem de errado comigo? NÃO TEM NADA DE ERRADO COMIGO!"
Não sei o que mudou em mim, só que olhei para trás (eu nunca teria feito isso antes) e ele estava olhando também.
Eu olhei para trás de novo (uma coragem tomou conta de mim, que sensação boa) e ele estava olhando de novo, fato que me deu mais determinação de olhar ele outra vez (plim plim plim estava me sentindo muito vencedor por estar conseguindo olhar para trás, por que de verdade, eu nunca faria isso, nem a primeira vez) e para minha surpresa, ele (e a amiga) estavam olhando mais uma vez.

Eu parei no meio do calçadão! (era com se tivesse ganhando um Oscar). 
Ele parou.

Dei o primeiro passo, parei. Meu amigo atônito, perguntou: "você vai ter coragem de ir?"
Eu disse: "vou!"
Fui. Ele veio ao meu encontro também.

Aquele metros que nos separava nunca pareceram tão distantes, eu me sentia meu estranho, como se meus braços e minhas pernas fossem mais longos do que o normal e eu estava desengonçado.
Eu tremia.
Quando eu cheguei perto dele, sorrimos, a mão estendeu para um cumprimento forte, mãos macias. Olhando um para o outro, um não saber o que dizer.
_Meu nome é F.
_Tudo bem? Sou Jarbas.
_Tudo bem, Jarbas. Vamos trocar número?
_Vamos.

Com os dedos trêmulos, anotei o número dele no celular.

_Me manda mensagem no whatsapp. tá?
_Mando sim.

O coração era uma bateria na Sapucaí.

_Até mais então.
_Até.

Olhos nos olhos. Sorriso e mais um aperto de mão forte. Nos despedimos.
Voltei ao meu amigo e fui comer um acarajé.

Mais tarde, quando cheguei em casa (para não parecer tão desesperado) mandei mensagem para o celular dele. A imagem abaixo ilustra o que houve.

Clique na imagem para ampliar para conseguir ler (e não seja essa pessoa)

Bem, esse foi o desfecho da história com o menino. No fim, ele tinha "ado" (que tipo de gente vulgar chama namorado de "ado"?) era só mais um babaca da vida, disfarçado de um sujeito bacana, que achou divertido paquerar alguém na rua, alimentar uma suposta situação que ele sabia que não iria para frente e diante de tamanha pobreza de espirito, não há muito que explorar da situação. Eu não faria isso que ele fez para alimentar meu ego, e não recomendo que façam porque simplesmente não é legal agir dessa maneira.

Poderia ter mando ele tomar no meio do cu depois disso? Sim! Mas preferi evitar o desgaste. F. não sabe, mas ontem, ele transformou minha vida de uma maneira imaginável e quanto a isso, eu tenho muita gratidão. F. que eu achei bonito, que despertou meu desejo, que me fez sentir conectado e que estimulou a quebrar paradigmas que um dia eu imaginei que nunca conseguiria superar me ajudou muito mais do que qualquer psicologo ou terapia. 

O click foi exatamente esse: eu tenho tudo! Mesmo não sendo capa da Men's Health, eu não tenho nenhuma deformidade no corpo ou um calombo na cara e mesmo que fosse o próprio Quasimodo (e daí?) isso não importaria. Cada pessoa é perfeita à sua maneira!
Eu tenho um trabalho, tenho graduação superior, falo mais de uma língua, sou inteligente, sou bem humorado e divertido, sei me comunicar com as pessoas, sou independente, tenho bom gosto para música e gosto de série de TV, leio mais de cinco livros por ano, sei falar sobre fotografia, cinema, MC Timbu (o das duas bucetas) a Baby Consuelo e Elis Regina, sei quem foi Franz Kafka e já citei Clarice Lispector e ouço Britney Spears... sendo assim, o que me impede de ser feliz além de mim? Se temos tantos predicados, por que fico me boicotando o tempo todo?

Percbi que para mudar qualquer situação é preciso querer, a gente precisa se permitir e se impor; reconhecer que somos merecedores de coisas boas como qualquer outra pessoa do mundo; se conhecer, ter pés no chão, saber onde está e não se deixar levar por pessoas (e pensamentos) levianos. A gente precisa se amar mais! Se fulano ou beltrano não gosta do que eu tenho a oferecer, o problema não esta comigo, o problema (se é que podemos chamar isso de problema) está com a pessoa. É importante ressaltar que nós não temos controle sobre o que os outros pensam, e se eu não tenho controle, não é minha culpa. Dá um alivio entender que não podemos assumir pra gente o que é dos outros.

Miga, de ontem em diante sou outra pessoa!
Ah, uma última dica: NÃO SEJA ESCROTO! Tá? Então tá bom.




▲ Só para você saber que eu me distrai com uma gay que estava de patins que as rodinhas era de neon. bicha, NEON! aquilo brilhava tanto que não teve homem certo para prender minha atenção.