domingo, 30 de setembro de 2012

...não que

...não que ele fosse do tipo de pessoa que curtia brincar com os sentimentos alheios, mas tinha em si que poderia deixar algumas pessoas ali, meio que, reservadas para que, se não desse certo com aqueles que ele tinha muita vontade de que desse certo, ele pudesse retirar aqueles que estavam ali... na reserva.

...não que ele fosse do tipo de pessoa que curtia se gabar em ter várias pessoas interessadas em si, por que era bem verdade que não haviam tantas pessoas assim, mas ele sentia que era uma tipo de remédio para seu ego saber que havia alguém aguardando. e achava isso normal. "afinal de contas quem não gostaria de ter alguém interessado em si", pensava para se justificar que talvez, tivesse algum, mesmo que minimo, desvio de carácter.

...não que fosse um dia especial, mas foi naquele dia que ele vislumbrou uma daquelas pessoas que ele deixava 'reservada' com outra pessoa... e ele parecia feliz, mais feliz e satisfeito do que quando eles estavam juntos... "COMO OUSAM!?!" ...e isso era inaceitável. "como ele pode ser feliz sem mim?", pensou ofendido.
odiava admitir, mas era visível que 'o reserva' estava mais feliz.

...não que fosse bacana, mas ele percebeu que o erro era só dele.

sábado, 1 de setembro de 2012

história 207: minha primeira vez num avião


aquela séria a primeira vez que eu estava voltando para a Bahia desde que tinha chego em Curitiba. por motivos óbvios _a distância de 1.829 quilômetros entre Tremedal e Curitiba_, eu decidi ir de avião _e aquela seria minha primeira vez numa aeronave.


contei um meu amigo da Bahia, que se mudou junto comigo, mas ele foi para Itu/SP, sobre a viagem e começamos a combinar de irmos na mesma época para Tremedal porque já tinha mais de 2 anos que não nos víamos e aquela parecia ser uma boa oportunidade para um reencontro.

...mas nem tudo são rosas _o que faz a história começar a ficar interessante.
passagem compradas, algumas semanas antes da viagem esse meu amigo me liga no Skype:

_oi amigo tudo bem?
_tudo e você?
_eu to bem, mas tenho uma má noticia... não vou poder ir para a Bahia.
_aii, nem acredito!
_pois é, não consegui pegar férias... não vai dar mesmo. acredita que eu contei para minha mãe que não ia mais e ela ficou feliz?!
_oxe! como assim?
_pois é, diz ela que sonhou com um avião explodindo no céu e era até bom eu não ir para não acontecer nada comigo.

[por favor, dêem ênfase no trecho “sonhou com um avião explodindo no céu”. obrigado]

pronto só bastou essa frase para daquele momento em diante eu ficar meio maluco com a história do tal sonho com avião explodindo no céu.

chegou o dia da viagem, Curitiba estava com o céu limpo, azul _ETA JESUS MARAVILHOSO!_, meu primo me deixou no aeroporto Afonso Pena, fiz check in... entrei na aeronave... só que eu cai na besteira de escolher o acento ao lado da janela. quando eu olhei para fora pela a janela o céu estava negro e começava a chover _assim do nada, virada típica de clima... coisas de Curitiba.
a primeira coisa que veio na minha cabeça foi a idéia de que eu ia morrer, afinal de contas a mãe de meu amigo tinha tido o tal sonho, se não fosse com ele, ia ser comigo _esse pensamento fazia muito sentindo na hora. me deixe!

...mas nem tudo são espinhos _o que faz a história ficar mais complexa e traumatizante.
entre todo a aflição da chuva lá fora, de repente senta ao meu lado um boy magia de terno e grava, sorri para mim _fiquei toda serelepe rs.

acidente? explosão? do que vocês estão falando mesmo?
parem como esses assuntos! que bad trip rs... pra que pensar em acidente  e morte com um homem daquele ao meu lado, gente?!

o avião subiu ao céu... minha barriga gelada, mãos suadas. tudo parecia dentro da normalidade prevista. de repente o avião dá uma queda brusca e sobe outra vez, pensei: “agora fodeu!” de repente o avião começa a dar umas tremidas como um carro que passa por uma estrada de terra esburacada...

no autofalante ouve-se: “atenção senhores passageiros, estamos passando por uma forte turbulência peço que todos apertem o cinto e permaneçam em seus devidos lugares”

pensei: “agora a porra ficou sério”

não bastasse todo o nervosismo de estar a cerca de 11.000 metros da terra firme, quando eu olhei para o lado o boy magia estava numa posição quase fetal, suando frio, segurando um terço de Nossa Senhora e rezando descontroladamente. pra que cês fazem essas misérias comigo, gente?! repara se não era o cão que estava operando... eu ia morrer, eu tinha muita certeza disso... pensei logo que o boy era algum sensitivo e que estava sentindo a queda do avião. que nada! Só foi o susto mesmo porque assim que saímos do céu do Paraná toda a confusão acabou.

cheguei na Bahia em paz... lindos 30 dias de férias.
não morri... beijos obrigado.

...e a volta? você poderia me perguntar.... então, a volta.
lá vou eu fazer o suplicio da volta da Bahia para Curitiba. vocês podem até não acreditar, mas quando entramos no céu do Paraná, outra vez teve turbulência. eu estava sentando ao lado da janela e dava para ver uns raios saindo das nuvens... quase cagada no maiô, só pensava que a mãe de meu amigo não tinha visto minha morte na ida, e sim na vinda... [in]infelizmente dessa vez não tinha boy magia psicótico devoto de Maria, mãe de Jesus ao meu lado e apesar de tudo, eu sobrevivi.

tá fácil, não. vou te contar...