essa história deveria ter sido contada há muito tempo, mas só agora tive tempo de senter, escrever e publicar. foi mais ou menos assim: luiza me chamou para ir no james bar naquele sábado, e ir para o james nunca é um grande esforço na minha vida - ainda mais com luiza, né?! mas ela sentiu-se mal e foi embora mais cedo. dancei, bebi glitter e beijei na boca. quando eu sai do james já passavam das 5 hrs da amanhã. desci a rua despreocupado, outras pessoas saiam de outras baladas e conversavam alto. cheguei na ruy barbosa e fiquei escorado no ferro do ponto de ônibus, uma menina encostou, mas logo saiu para falar com um grupo de pessoas que estava há uns cem metros de distância. eis que ele veio de bicicleta, passou direto e voltou. parou a bicicleta na minha frente, de uma maneira que não daria para eu escapar já que o ferro estava às minhas costas.
- arruma um real ai, vei – ele disse – tô morrendo de fome, tô querendo bater um cachorro quente ali.
- vixe cara, nem tenho aqui, só to com um real para voltar pra casa.
houve um momento de silêncio.
- então me dá o dinheiro ai, cara – ele ordenou com um tom de urgência e desaforo.
em meu bolso tinha uma moeda de um real, uma de cinqüenta centavos e pouco mais de quinze reais em cédulas. eu enfiei a mão no bolso e tirei as moedas e entreguei pra ele.
- to vendo volume de dinheiro de papel, passa ai cara... passa ai.
como esse bandido do inferno tinha visto isso? que olho clinico. minha mão parecia ter mil quilos, tamanha era minha má vontade de entregar meu dinheiro para aquele cara. penso que minha lentidão o irritou, pois ele levantou o casaco e me mostrou uma arma que ele tinha presa na cintura. eu não sei explicar o que senti, era uma mistura de medo com impotência, inutilidade, raiva. foi exatamente nessa hora que eu gravei a cara dele para sempre em minha memória, o jeans surrado e sujo, o casaco bege e vermelho – horroroso - , o cheiro ocri que vinha da boca na hora que ele falava e os dentes cariados e sujos – no fim, uma pessoa, apenas, para sentir-se pena.
entreguei meu dinheiro para ele, mas minha vontade era de avançar para cima e socá-lo, bater até ver sangue, até ele se arrepender do dia que subiu em cima de uma bicicleta com uma arma e decidiu que iria roubar as pessoas, mas não bastasse meu dinheiro, ele olhou pra mim e disse:
- manda o celular ai, também.
enfiei a mão no bolso, toquei no celular, pensei em todos os contatos que estava em meu chip, mas fotos de meus amigos da bahia, fotos de minha mãe, de minha cachorra, minhas músicas. a voz dele soou em meu ouvido: “amanhã eu te ligo”.
meu celular tem um tipo de botão nas costas que faz abrir uma compartimento onde fica o chip e a bateria, tomei coragem e entreguei o celular apertando esse botão, quando ele pegou, o celular estava desmontado na mão ele.
- ei cara, me dá o chip ai – eu disse – esse chip não vai valer de nada para você.
- ta, eu te dou o chip – ele bufou visivelmente irritado, mas tirando o chip e me entregando.
quando ele fez sinal de que ia sair, já que não tinha mais nada para tirar de mim, eu disse:
- cara, você pegou todo meu dinheiro, eu morro na casa do caralho [eu senti muita vontade de falar palavrão nessa hora] e eu não tenho dinheiro pra voltar, me dá um real aí.
sim, eu comecei a dialogar com o bandido. ele enfiou a mão no bolso me devolveu minha moeda de um real que ele tinha acabado de roubar, se equilibrou na bicicleta e saiu tranquilo, simples assim. três minutos depois dele ter cruzado a esquina do colégio são josé um carro da policia passou na rua – too late.
ao menos eu fiquei com meu chip, consegui falar com ele e eu não precisei ir embora a pé. eis o primeiro assalto de minha vida, meu medo agora é passar a achar que isso é uma coisa normal. “a todo mundo passa por isso” como elas disseram. sim, todo mundo passa [ou passará], mas não deveria ser assim, não deveria ser assim. vou te contar...
- arruma um real ai, vei – ele disse – tô morrendo de fome, tô querendo bater um cachorro quente ali.
- vixe cara, nem tenho aqui, só to com um real para voltar pra casa.
houve um momento de silêncio.
- então me dá o dinheiro ai, cara – ele ordenou com um tom de urgência e desaforo.
em meu bolso tinha uma moeda de um real, uma de cinqüenta centavos e pouco mais de quinze reais em cédulas. eu enfiei a mão no bolso e tirei as moedas e entreguei pra ele.
- to vendo volume de dinheiro de papel, passa ai cara... passa ai.
como esse bandido do inferno tinha visto isso? que olho clinico. minha mão parecia ter mil quilos, tamanha era minha má vontade de entregar meu dinheiro para aquele cara. penso que minha lentidão o irritou, pois ele levantou o casaco e me mostrou uma arma que ele tinha presa na cintura. eu não sei explicar o que senti, era uma mistura de medo com impotência, inutilidade, raiva. foi exatamente nessa hora que eu gravei a cara dele para sempre em minha memória, o jeans surrado e sujo, o casaco bege e vermelho – horroroso - , o cheiro ocri que vinha da boca na hora que ele falava e os dentes cariados e sujos – no fim, uma pessoa, apenas, para sentir-se pena.
entreguei meu dinheiro para ele, mas minha vontade era de avançar para cima e socá-lo, bater até ver sangue, até ele se arrepender do dia que subiu em cima de uma bicicleta com uma arma e decidiu que iria roubar as pessoas, mas não bastasse meu dinheiro, ele olhou pra mim e disse:
- manda o celular ai, também.
enfiei a mão no bolso, toquei no celular, pensei em todos os contatos que estava em meu chip, mas fotos de meus amigos da bahia, fotos de minha mãe, de minha cachorra, minhas músicas. a voz dele soou em meu ouvido: “amanhã eu te ligo”.
meu celular tem um tipo de botão nas costas que faz abrir uma compartimento onde fica o chip e a bateria, tomei coragem e entreguei o celular apertando esse botão, quando ele pegou, o celular estava desmontado na mão ele.
- ei cara, me dá o chip ai – eu disse – esse chip não vai valer de nada para você.
- ta, eu te dou o chip – ele bufou visivelmente irritado, mas tirando o chip e me entregando.
quando ele fez sinal de que ia sair, já que não tinha mais nada para tirar de mim, eu disse:
- cara, você pegou todo meu dinheiro, eu morro na casa do caralho [eu senti muita vontade de falar palavrão nessa hora] e eu não tenho dinheiro pra voltar, me dá um real aí.
sim, eu comecei a dialogar com o bandido. ele enfiou a mão no bolso me devolveu minha moeda de um real que ele tinha acabado de roubar, se equilibrou na bicicleta e saiu tranquilo, simples assim. três minutos depois dele ter cruzado a esquina do colégio são josé um carro da policia passou na rua – too late.
ao menos eu fiquei com meu chip, consegui falar com ele e eu não precisei ir embora a pé. eis o primeiro assalto de minha vida, meu medo agora é passar a achar que isso é uma coisa normal. “a todo mundo passa por isso” como elas disseram. sim, todo mundo passa [ou passará], mas não deveria ser assim, não deveria ser assim. vou te contar...
Eu nunca fui assaltado (ainda).
ResponderExcluirNem em Petrópolis, nem no Rio, nem em lugar nenhum.
Medo de como reagiria numa situação dessas, como a sua.
Foda, né?
putss é foda mesmo, no meu saco eu estava com uns vale-transporte, tbm pedi, estava voltando do trabalho e cursinho... fui assaltada na parada de ônibus.
ResponderExcluira luíza sou eu geeeente!
ResponderExcluire james é mara e com você quaquer lugar fica mara!!!
O primeiro assalto a gente nunca esquece, passei por 4 já, mas o pior de todos foi qdo entraram atras de mim no predio. Ainda bem q o cara era "bonzinho" e guardou a arma e soh pegou celular e dinheiro, deixou meus documentos, cartao e carro.
ResponderExcluirMuito medo... mas como vc disse, é uma pessoa para sentir pena, até pq ele vai sofrer muito mais q nos em um determinado momento.
bjs do Lico
O conformismo é uma das piores coisas no mundo. Graças a Deus eu nunca fui assaltado... Creio que um dia eu até possa vir a ser... Mas acho que marrento do jeito que sou, é capaz de eu avançar em cima da pessoa, com ou sem arma... Não é o jeito certo, mas eu sou impulsivo e acredito que vá fazer assim.
ResponderExcluirSeu jeito, foi o certo, a pezar da raiva. Ainda bem que está vivo. Pense assim.
Bjs
Putz, vc pedindo dinheiro ao bandido? Deve ter sido maraaa!!
ResponderExcluirKkkkkk... ;D
Já fui assaltado. Não desejo a ninguém.
ResponderExcluirJarbas Querido!
ResponderExcluirConcordo com você, é abominável pensar assim, e aceitar isso!
Meu namorido na terça da semana passada sofreu um sequestro relampago em frente o inglês dele, por causa de R$ 600,00 que ele tinha na conta... levaram o celular e uma jaquetona que tinha dado a ele de presente, pelo menos ele está vivo e não sofreu nada grave....
Mas é revoltante saber que vc não tem o direito de ir e vir com segurança, seja do trabalho, seja de diversão....
É revoltante saber que nós meros cidadãos, trabalhamos até em lugares que não temos vontade, para conseguir construir algo, e chega um fulano qlq, e tira tudo que conquistamos de maneira honesta.
E bandidos ainda, são aqueles que roubam, galinha, pão, comida, por não ter o que comer (não que seja certo)
Vou te contar!
bjos
Eu tb fui assaltado uma vez, aqui no Rio. Com um pedço de vidro.. uns pivetes. Os primeiros dias depois são muito ruins, mas a gente tem uma incrível capacidade de se refazer em tudo na vida. Sorte aí. Bj
ResponderExcluir4 asssaltos, todos a mão armada. No ultimo levaram meu celular (eu pedi mas o fdp não me deu o chip), o cartão transporte do meu amigo, e meu relógio importado dado pelo meu irmão; Quase chorei.
ResponderExcluirnão deveria ser assim mesmo!!!
ResponderExcluirinfelizmente nem sempre dá pra gente ver se a arma q eles carregam é de verdade ou não.
força na peruca inho...
bjs
primeira vez que entro aqui.
ResponderExcluireu nunca fui assaltado..
mas eu ja pensei na situação.
O caso das pessoas pensarem assim é estranho, aconteceu com fulano, nao acontecera comigo...acho que segue essa linha de raciocinio...e enquanto isso...o bandido continua solto...
Abraço!
o/
já fui assaltada umas 5 vezes, na verdade tentaram né?
ResponderExcluirpq até correr atrás de bandido e tomar minhas coisas eu já fiz.
ah! e já atropelei 2 caras em uma moto que queriam me roubar... cena de cinema
Eu também já fui assaltado, mas só levaram minha corrente do pescoço.
ResponderExcluirFui no james essa semana, nem te vi por lá, próxima vez temos que marcar pra nos encontrar.
abraço jarbas
querido, haja presença de espírito!!!
ResponderExcluirtudo bom contigo? Muito tempo que não nos falamos!
Beijão!
fazendo a linha hebe!!!
ResponderExcluiramigo... toda historia triste tem um lado bom... ja pensou se vc tivesse indo andando p casa!!!
euu ja fui assaltado... ou seja seja sem dialogo... i ainda fui p pronto socorro!!!
porem, estamos vivos e lindos!!!
bjuss
Bem, eu támbem fui assaltado pela primeira vez quando mudei de cidade. foi aqui em São Paulo, na Av Paulista ainda!.
ResponderExcluirMas seu assaltante foi educado... isso foi um privilégio viu!
rs.
Beijao!
Eu tb nunca fui assaltado e essas perspectiva de que todo mundo um dia será não me agrada nem um pouco...
ResponderExcluirAaaaaaaai!!!! Eu odeioooooo Assalto.
ResponderExcluirTenho pavor, me paraliza, me deixa sem reação, não sai palavras pela minha boca.
Se pá nem raciocinar eu consigo.
E como infelizmente dizem e infelizmente também é verdade... quem nunca foi, um dia será, é FODA!!!!
Bjundá!
¨barruma um real ai, vei – ele disse – tô morrendo de fome, tô querendo bater um cachorro quente ali¨
ResponderExcluirAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHA.
QUE Ladrão de Galinha do caralho.
Aff ladrão pobre é foda.
ahahahahahhahaa
Otimo blog.
Abraço.
Não deveria ser assim MESMO!
ResponderExcluirja fui assaltado 4 vezes!!! um quase me mataram... fico indgnado!!!
abraço!
nossa que coisa frustante!
ResponderExcluireu também ja fui assaltada no Brasil, mas os caras nao estavam teranquilos nao, sentia que a qualquer momento eles iam me esfaquear, estavam tao nernosos que nem levaram o meu celular e o de minha prima, na realidade, levaram so uma bolsa de marca, sem grana...rs...rs
Vou te contar que ninguém merece hein!?
ResponderExcluir;)
NÃO DEVERIA
ResponderExcluirMAS INFELIZMENTE É
Eu moro em Santo André, e passei pela mesma experiência que você: ser assaltado. Senti uma impotencia na hora, mas no meu eram dois caras e eu sozinho na rua.
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