eu o conheci numa festa gls que teve lá na minha ex-pseudo-cidade-grande-vizinha. beijo bom, sorriso bonito, mais velho do que eu, bom papo e um português de dar inveja em qualquer um, adivinha? professor de literatura e português, estudante de letras na faculdade estadual de lá.
resolvemos nos encontrar na manhã do sábado seguinte, como eu fazia inglês e chegava lá às 7:00 da manhã e o inglês só começava às 10:30, tinha bastante tempo para vulgarizar. lá fui eu pra casa do rapaz. uma casa bem simpática - admito! o quarto dele ficava no andar de cima. um copo com água e fomos para a alcova - aii, adoro esse nome, alcova é tão chic!
cama confortável, quarto pouco iluminado, cheiro bom de perfume no ar. a atmosfera era gostosa e minha cabeça fervilhava de ideias obscenas, a putaria iria rolar - se dependesse de mim, claro. começamos com um papo bacana, risos e tudo mais. eis que ouve aquele silêncio mortal, que diz mais do que mil palavras verbalizadas, uma troca e olhar e o beijo - tão bom quanto foi na festa.
deitamos na cama e o clima foi esquentando. camisetas sumiram, os corpos se tocaram quentes, mais beijos, mais sussurros, mais suor. ele me pegou com força, deitou sobre mim, olhos nos olhos, a boca moveu-se suavemente, ele começou a declamar uma poesia. poesia? sim, uma poesia exatamente na hora que meu pau estava mais duro que uma barra de aço. respira fundo, concentre-se no clima, vai acabar logo. outro beijo, e as mãos foram de encontro ao zíper, como um míssil teleguiado. estávamos semi-nu, pele com pele esfregando, queimando, suando. nos libertamos das cuecas e ele veio me chupar - adoro, não vou mentir - chupei também porque sou reciproca.
eu pensava: "eu vou dar pra esse cara, vai acontecer... foda-se o inglês, eu vou foder"
houve uns segundos de silêncio, nós nos observávamos. ele olhou pra mim, olhar de ternura - muita ternura diga-se de passagem. os labios dele moveram-se novamente, ele disse:
- posso introduzir meu pênis em seu anus?
eu consegui ouvir o som dos freios do mundo parando. meu mundo, ao menos, parou naquele instante. por favor gente, concordem comigo, introduzir, pênis e anus numa mesma frase é demais - foi demais pra mim! nessa horas de sexo eu não penso em educação, recato, bom vocabulário ou qualquer outra coisa educada - alguém pensa? quer me fazer gozar loucamente, fala putaria no meu ouvido, puxa meu cabelo assim por trás e me chama de vadia, cachorra e safada, mas só ali no retângulo da cama, porque fora dela, meu amor, tem que fazer a linha boa moça.
levantei-me da cama catando no chão minhas roupas e vestindo o mais rápido possível. já tinha brochando. poesia e pedido educados era demais pra mim.
- pra onde você vai, jarbas?
- vou pra o inglês, lembrei agora que tem prova hoje.
- mas agora?
- é, agora... tá na hora.
fui embora sem olhar para trás. acho que até hoje ele está pensando no que me motivou a ir embora tão desesperadamente. ainda me questiono, será que tudo isso é por ser professor de português e literatura e estudar letras? essas coisas devem mexem com cabeça das pessoas, não!?! penso que são os ossos do oficio, vou te contar...
imagem: The Favourite Poet por Sir Lawrence Alma-Tadema (1836 – 1912).
resolvemos nos encontrar na manhã do sábado seguinte, como eu fazia inglês e chegava lá às 7:00 da manhã e o inglês só começava às 10:30, tinha bastante tempo para vulgarizar. lá fui eu pra casa do rapaz. uma casa bem simpática - admito! o quarto dele ficava no andar de cima. um copo com água e fomos para a alcova - aii, adoro esse nome, alcova é tão chic!
cama confortável, quarto pouco iluminado, cheiro bom de perfume no ar. a atmosfera era gostosa e minha cabeça fervilhava de ideias obscenas, a putaria iria rolar - se dependesse de mim, claro. começamos com um papo bacana, risos e tudo mais. eis que ouve aquele silêncio mortal, que diz mais do que mil palavras verbalizadas, uma troca e olhar e o beijo - tão bom quanto foi na festa.
deitamos na cama e o clima foi esquentando. camisetas sumiram, os corpos se tocaram quentes, mais beijos, mais sussurros, mais suor. ele me pegou com força, deitou sobre mim, olhos nos olhos, a boca moveu-se suavemente, ele começou a declamar uma poesia. poesia? sim, uma poesia exatamente na hora que meu pau estava mais duro que uma barra de aço. respira fundo, concentre-se no clima, vai acabar logo. outro beijo, e as mãos foram de encontro ao zíper, como um míssil teleguiado. estávamos semi-nu, pele com pele esfregando, queimando, suando. nos libertamos das cuecas e ele veio me chupar - adoro, não vou mentir - chupei também porque sou reciproca.
eu pensava: "eu vou dar pra esse cara, vai acontecer... foda-se o inglês, eu vou foder"
houve uns segundos de silêncio, nós nos observávamos. ele olhou pra mim, olhar de ternura - muita ternura diga-se de passagem. os labios dele moveram-se novamente, ele disse:
- posso introduzir meu pênis em seu anus?
eu consegui ouvir o som dos freios do mundo parando. meu mundo, ao menos, parou naquele instante. por favor gente, concordem comigo, introduzir, pênis e anus numa mesma frase é demais - foi demais pra mim! nessa horas de sexo eu não penso em educação, recato, bom vocabulário ou qualquer outra coisa educada - alguém pensa? quer me fazer gozar loucamente, fala putaria no meu ouvido, puxa meu cabelo assim por trás e me chama de vadia, cachorra e safada, mas só ali no retângulo da cama, porque fora dela, meu amor, tem que fazer a linha boa moça.
levantei-me da cama catando no chão minhas roupas e vestindo o mais rápido possível. já tinha brochando. poesia e pedido educados era demais pra mim.
- pra onde você vai, jarbas?
- vou pra o inglês, lembrei agora que tem prova hoje.
- mas agora?
- é, agora... tá na hora.
fui embora sem olhar para trás. acho que até hoje ele está pensando no que me motivou a ir embora tão desesperadamente. ainda me questiono, será que tudo isso é por ser professor de português e literatura e estudar letras? essas coisas devem mexem com cabeça das pessoas, não!?! penso que são os ossos do oficio, vou te contar...
imagem: The Favourite Poet por Sir Lawrence Alma-Tadema (1836 – 1912).