lá tudo muito típico, comíamos, bebíamos, riamos e muitos outros "íamos" de gente que estava se divertindo. concordem comigo que a pior parte de beber cerveja é que depois da primeira ida ao banheiro parece que abre as comportas da hidroelétrica de itaipu e toda hora a gente fica querendo ir no banheiro.
além de nós tinham outras pessoas em seus respectivos grupos comendo, bebendo, dançando e muitos outros gerúndios de pessoas que estão se divertindo sem causar problemas ao outros. a melhor coisa de estar num lugar publico é cada um respeitar o espaço do outro e tudo mundo fica bem sem grandes conflitos. mas nem sempre é isso que acontece.
num determinado momento minha amiga sentiu vontade de ir ao banheiro e eu resolvi a acompanhá-la porque também queria fazer xixi, o banheiro fica a alguns [muitos] metros do trailler e lá fomos nós dois, rindo horrores e totalmente despreocupados já altos por causa do álcool, na volta um grupo de rapazes que falavam alto e estava visivelmente bêbados ia descendo a rua, enquanto nós passamos eles pararam e começara a falar muito alto, na verdade eles começaram a gritar coisas comigo, tipo:
viado, bicha, boneca barbie [meu sonho ter aquela cintura. cof.]. até aí tudo bem, tudo bem não, suportável, okay, suportável também não, eu diria não preocupante, eu geralmente não debato com gente desse tipo, ainda mais quando esse tipo de gente está bêbada e discutir com bêbado nunca é uma boa opção - me diga que é andy warhol que eu debato com você.
não sei bem porque, talvez por meu descaso com eles porque eu nem fiz questão de olhar para a cara de quem estava falando, um deles possivelmente o menos sóbrio começou a gritar:
"eu não sei como um homem do lado de uma mulher gostosa dessa não faz nada, toma vergonha na sua cara bicha desgraçada" depois outro gritou: "concerta seu torto, qual o gosto de dar o cu boiola?!". sabe aquela vontade de sair correndo para cima e bater na pessoa até ver sangue?! foi exatamente isso que eu senti, mas não é do meu feitio brigar no meio de rua ou no meio de qualquer outro lugar [não é meu feitio brigar] mas que me deu vontade de bater neles deu.
eu me senti tão humilhado, tão desgostoso com a situação, estava tudo tão bom, tudo tão em paz, aí vem um bando de idiota do nada e lhe joga um balde de água fria, chega dar aquele aperto no coração, ao menos apenas minha amiga apenas estava escutando tudo o que eles diziam, mesmo assim não deixei de me sentir humilhado, mas segui meu caminho sem falar nada, sem olhar para trás. eles não pararam, quando eu já estava de costas para eles um deles gritou: "toma cuidado! se eu te pego numa reta sozinho eu te bato até você virar homem" nessa hora eu senti medo, muito medo. e caminhei mais rápido. imagina só isso?! apanhar porque causa de sua orientação sexual, e eu que achava que o interior da caatinga era um lugar pacifico, certo que eles estavam bêbados, mas como diria minha amiga: "a bebida entra e a verdade sai" [?] isso de certa forma tem me preocupado, eu que sou uma pessoa que ando nessas ruas altas madrugadas sozinho, pense, vai que por azar encontro com um desses sozinho, apanho até morrer. não que eu ache que isso vá realmente acontecer um dia, mas nunca se sabe, ninguém conhece ninguém.
me entristece demais saber que no mundo ainda existe esse tipo de gente. eu nem consigo explicar o que eu sinto, sei lá, é que eu tenho tudo tão bem resolvido dentro de mim e geralmente estou ao redor de gente tão resolvidas com elas mesmas, é estranho você ver esse tipo de comportamento medieval. é que meus amigos são praticamente todos heterossexuais e são pessoas de mente tão aberta e não desprovidos de preconceitos que me assusta [mais do que deveria até] ver esse tipo de atitude próximo a mim. penso que esse texto está sem sentido, perdoem me é que eu ainda estou meio confuso e não sei bem o que pensar. como eu já disse antes, não gosto de contar coisas ruins aqui no blog, mas eu precisava dividir e vejo todos vocês como bons ouvintes e às vezes a gente só precisa de alguém para ouvir o que temos para dizer, peço desculpas por descarregar essa lama em vocês.
pior de tudo é que você olhar ou redor e pensar: "uau, estamos no Brasil e temos a maior parada gay do mundo" sim, e de que isso vale quando o país não tem políticas serias e integração e valorização do publico homossexual?! eu não quero ir para a rua com um camiseta baby look uma calça mega apertada e sair beijando e me esfregando com quem quer que seja, não estou dizendo que todos quantos freqüentam a parada vão com essa intenção, mas é a impressão que me dá observando tudo aqui de tão longe. entra ano, sai ano e tudo continua tão estagnado e pessoas continua sofrendo, sendo humilhadas, machucadas como eu fui. não estou aqui fazendo a linha luciano hunk que escreveu num jornal para reclamar que roubaram seu rolex caríssimo enquanto pessoas morrem debaixo dos pés dele. não, não é isso. o que eu passei é o mínimo diante do que muita gente tem passado, diante de tanta gente que tem morrido brutalmente por ter coragem de dar a cara a tapa e dizer que são gay, lesbicas, bissexuais e travestis. ninguém diz nada, ninguém faz nada, e todos ficam continuam pesando que o mundo gay são luzes estroboscopicas, orgias sexuais e glitter. enquanto isso o sangue purpurinado de muitas bichas é derramado nos guetos e ruas escuras do mundo inteiro. talvez o maior problema de todo o publico homossexual é tentar mostrar que somos diferentes, pois eu digo, não somos diferentes somos iguais, absolutamente iguais a qualquer um outro hetero que existe no mundo. temos os mesmo medo, angustias, amores, paixões, desilusões, somos tão capazes quanto qualquer outro ser humano. eu sonho com o dia que o mundo será um lugar livre e justo, talvez eu o verei, talvez não, mas não deixo de desejar um mundo onde as diferenças serão respeitadas e todos seremos considerados diferente, porém iguais.
além de nós tinham outras pessoas em seus respectivos grupos comendo, bebendo, dançando e muitos outros gerúndios de pessoas que estão se divertindo sem causar problemas ao outros. a melhor coisa de estar num lugar publico é cada um respeitar o espaço do outro e tudo mundo fica bem sem grandes conflitos. mas nem sempre é isso que acontece.
num determinado momento minha amiga sentiu vontade de ir ao banheiro e eu resolvi a acompanhá-la porque também queria fazer xixi, o banheiro fica a alguns [muitos] metros do trailler e lá fomos nós dois, rindo horrores e totalmente despreocupados já altos por causa do álcool, na volta um grupo de rapazes que falavam alto e estava visivelmente bêbados ia descendo a rua, enquanto nós passamos eles pararam e começara a falar muito alto, na verdade eles começaram a gritar coisas comigo, tipo:
viado, bicha, boneca barbie [meu sonho ter aquela cintura. cof.]. até aí tudo bem, tudo bem não, suportável, okay, suportável também não, eu diria não preocupante, eu geralmente não debato com gente desse tipo, ainda mais quando esse tipo de gente está bêbada e discutir com bêbado nunca é uma boa opção - me diga que é andy warhol que eu debato com você.
não sei bem porque, talvez por meu descaso com eles porque eu nem fiz questão de olhar para a cara de quem estava falando, um deles possivelmente o menos sóbrio começou a gritar:
"eu não sei como um homem do lado de uma mulher gostosa dessa não faz nada, toma vergonha na sua cara bicha desgraçada" depois outro gritou: "concerta seu torto, qual o gosto de dar o cu boiola?!". sabe aquela vontade de sair correndo para cima e bater na pessoa até ver sangue?! foi exatamente isso que eu senti, mas não é do meu feitio brigar no meio de rua ou no meio de qualquer outro lugar [não é meu feitio brigar] mas que me deu vontade de bater neles deu.
eu me senti tão humilhado, tão desgostoso com a situação, estava tudo tão bom, tudo tão em paz, aí vem um bando de idiota do nada e lhe joga um balde de água fria, chega dar aquele aperto no coração, ao menos apenas minha amiga apenas estava escutando tudo o que eles diziam, mesmo assim não deixei de me sentir humilhado, mas segui meu caminho sem falar nada, sem olhar para trás. eles não pararam, quando eu já estava de costas para eles um deles gritou: "toma cuidado! se eu te pego numa reta sozinho eu te bato até você virar homem" nessa hora eu senti medo, muito medo. e caminhei mais rápido. imagina só isso?! apanhar porque causa de sua orientação sexual, e eu que achava que o interior da caatinga era um lugar pacifico, certo que eles estavam bêbados, mas como diria minha amiga: "a bebida entra e a verdade sai" [?] isso de certa forma tem me preocupado, eu que sou uma pessoa que ando nessas ruas altas madrugadas sozinho, pense, vai que por azar encontro com um desses sozinho, apanho até morrer. não que eu ache que isso vá realmente acontecer um dia, mas nunca se sabe, ninguém conhece ninguém.
me entristece demais saber que no mundo ainda existe esse tipo de gente. eu nem consigo explicar o que eu sinto, sei lá, é que eu tenho tudo tão bem resolvido dentro de mim e geralmente estou ao redor de gente tão resolvidas com elas mesmas, é estranho você ver esse tipo de comportamento medieval. é que meus amigos são praticamente todos heterossexuais e são pessoas de mente tão aberta e não desprovidos de preconceitos que me assusta [mais do que deveria até] ver esse tipo de atitude próximo a mim. penso que esse texto está sem sentido, perdoem me é que eu ainda estou meio confuso e não sei bem o que pensar. como eu já disse antes, não gosto de contar coisas ruins aqui no blog, mas eu precisava dividir e vejo todos vocês como bons ouvintes e às vezes a gente só precisa de alguém para ouvir o que temos para dizer, peço desculpas por descarregar essa lama em vocês.
pior de tudo é que você olhar ou redor e pensar: "uau, estamos no Brasil e temos a maior parada gay do mundo" sim, e de que isso vale quando o país não tem políticas serias e integração e valorização do publico homossexual?! eu não quero ir para a rua com um camiseta baby look uma calça mega apertada e sair beijando e me esfregando com quem quer que seja, não estou dizendo que todos quantos freqüentam a parada vão com essa intenção, mas é a impressão que me dá observando tudo aqui de tão longe. entra ano, sai ano e tudo continua tão estagnado e pessoas continua sofrendo, sendo humilhadas, machucadas como eu fui. não estou aqui fazendo a linha luciano hunk que escreveu num jornal para reclamar que roubaram seu rolex caríssimo enquanto pessoas morrem debaixo dos pés dele. não, não é isso. o que eu passei é o mínimo diante do que muita gente tem passado, diante de tanta gente que tem morrido brutalmente por ter coragem de dar a cara a tapa e dizer que são gay, lesbicas, bissexuais e travestis. ninguém diz nada, ninguém faz nada, e todos ficam continuam pesando que o mundo gay são luzes estroboscopicas, orgias sexuais e glitter. enquanto isso o sangue purpurinado de muitas bichas é derramado nos guetos e ruas escuras do mundo inteiro. talvez o maior problema de todo o publico homossexual é tentar mostrar que somos diferentes, pois eu digo, não somos diferentes somos iguais, absolutamente iguais a qualquer um outro hetero que existe no mundo. temos os mesmo medo, angustias, amores, paixões, desilusões, somos tão capazes quanto qualquer outro ser humano. eu sonho com o dia que o mundo será um lugar livre e justo, talvez eu o verei, talvez não, mas não deixo de desejar um mundo onde as diferenças serão respeitadas e todos seremos considerados diferente, porém iguais.