Ainda em Curitiba, a mulher comum resolve me apresentar seus amigos, esses por sua vez resolvem me apresentar à noite curitibana [ui que perigo!]. Como eu era [sou] meio analfabeto se tratando de ruas e lugares da capital do Paraná, marquei com Di na praça Osório, um dos pontos turísticos. Sai de casa mais ou menos 11 horas da noite, caraca estava fazendo 6°c graus de temperatura, a rua parecia aqueles filmes de terror cheio de fumaça no chão e tal. Peguei o coletivo que divinamente chegou junto comigo no ponto – é coletivo mesmo, sou “probrinho” gente, e táxi é caro. Cheguei no centro e fui para praça Osório liguei para Di dizendo onde eu estava e ele me pediu 10 minutos para chegar até lá.
[ dica: Em 10 minutos muita coisa pode acontecer]
Lá estava eu na praça sozinho 23:30 da noite, até que tinha bastante gente passando, fiquei perto de um chafariz esperando. Notei que muito homem passava e ficava olhando para mim, mas dentro de minha inocência nordestina eu pensei que queriam me roubar ou coisa parecida, mesmo porque eu estava com uma blusa listras [tipo aquelas de presidiário] e isso não chamava nem um pingo de atenção. [cof. cof. cof]
Mas como comigo sempre tem que acontecer algo avistei lá de longe uma criatura vindo em minha direção, era baixinho, gordinho e careca, veio caminhando e olhando para mim, [parecia uma tartaruga ninja] de repente ele começou a coçar o saco, mas não era dessas coçadinhas tipo ‘vou-da-uma-ajeitadinha-básica’ era daquelas coçadas ‘vou-mexer-com-meu-pau-pra-endurecer’ ele praticamente tentava arrancar o dito cujo do seu lugar ao mesmo tempoq ue ele olhava para mim meio vesgo, acho que tentando me seduzir pelo olhar matador. Enfim, não estava dando muito certo.
... foi me dando um aflição e nada do Di chegar, comecei a caminhar para disfarçar, mas a tartaruga ninja que estava sentada num banco meio perto de onde eu estava ficava me seguindo e me comendo com os olhos, eu morrendo de agonia. Como eu sempre digo: "Quando uma coisa tende a piorar ele sempre piora" salve Murphy.
A tartaruga ninja levantou-se e veio em minha direção, eu comecei a rodar o chafariz e ele atrás de mim, ficou uma situação tão ridícula que nem eu estava acreditando que aquilo estava acontecendo, enfim, pensei no dinheiro que estava no meu bolso, pensei na minha integridade física, afinal eu sou um calango do nordeste virgem [cof. cof. cof]. porém teve uma determinado momento que eu me distrai e a tartaruga ninja se aproximou.
- Quantas horas por favor? – ele perguntou.
- Não tenho horas – eu disse mostrando meu pulso que até então estava coberto pela blusa de manga cumprida.
Eu disse dei as costas para ele e sai.
- Você é muito lindo sabia ?! – ele disse.