sábado, 12 de junho de 2010

Dia dos Namorados. Feliz...

lá vem mais um Dia dos Namorados e eu voltei nos arquivos deste blog e percebi que ao longo de três anos meus textos referente a esta data não tem sido na animadores – uma pena, pra mim. pensei em seguir a mesma linha dos anos anteriores já que, para ser bem sincero, pouco coisa mudou em meus relacionamentos. queria comentar o quanto eu acredito no amor, o quanto eu me sinto carente e desanimado por nunca ter conseguido engatar um namoro descente, real e duradouro, mas esse comportamento me deprime e coisas deprimentes me deixa realmente irritado.

então, vamos virar o disco, mas seguindo essa minha tendência saudosista dos últimos dias, eu olho para o passado, quando eu ainda era meio criança, meio pré adolescente e meus hormônios começavam a fervilhar. não me lembro exatamente quantos anos eu tinha, 11 ou 12 anos, até então nunca tinha pensando em beijos, amassados ou qualquer coisa relacionada a meu lado sexual, ler Monteiro Lobato e assistir Dragon Ball no SBT me parecia coisas bem mais interessantes.

ela com sua pela branca, olhos castanho-esverdeados e seus cabelos cacheados me fazia perder a cabeça, numa época que eu nem sabia o que significava "perder a cabeça" por alguém. eu gostava dela. éramos colegas de sala, mais do que isso, éramos amigos, passávamos as tardes juntos brincando... e em segredo inocente eu suspirava de paixão. uma mulher? é. e hoje eu poderia pensar que ironia – ou não. era uma paixão infantil, sem malicia, era amor e pouco importava os órgãos sexuais envolvidos.

e foi aos 11 ou 12 anos, num dia 12 de junho como esse, em dias melhores do que esses, eu descobri que existia um dia dedicado aos enamorados, e que as pessoas davam presente àqueles que gostavam. animado eu pedi dinheiro para minha mãe – ou meu pai –, corri num supermercado, comprei uma caixa de chocolate, embrulhei em papel de presente, cheio de coragem eu me dirigi a casa dela, toquei a campainha, pernas vacilantes, coração acelerado. ela me recebeu com sorrio largo, me pediu pra entrar, mudo entreguei a caixa de chocolates – que bobo – me lembro da surpresa em seu olhar, um não saber com agir se fez presente entre nós, ela agradeceu e me abraçou. subconscientemente percebi que isso, sim, é amor. e amor é amor. eu não tinha uma mulher, eu tinha algo maior, uma amiga... minha memória falha ao tentar lembrar o que mais aconteceu, só me lembro de voltar pra casa satisfeito. foi um Dia dos Namorados feliz, mesmo sem as significâncias que dou a um Dia dos Namorados feliz, hoje.

ser criança era mais... simples? fácil? melhor? não sei responder. era diferente, as necessidades eram outras. torço, sinceramente, para que daqui a trinta anos minhas necessidades sejam outras das que tenho hoje. e assim a gente vai vivendo, dia após dia, com essa mesma esperança pulsante que ano que vem tudo vai mudar, que amanhã vai ser diferente e talvez seja. tomara, vou te contar...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Ayúdame!

pense numa situação meramente hipotética comigo: você trabalha num shopping, numa capital e durante as horas que você permanece trabalhando atrás de um balcão, você vê todo tipo de gente, gente feia, bonita, alta, magra, gorda, gente bem vestida, gente não tão bem vestida assim, gente pessimamente vestida, enfim, uma infinidade humanos.

um dia, um desses normais que você acorda e pensa: "ah, não vai acontecer nada hoje de importante", exatamente nesse dia, para em frente ao seu balcão um cara e pedi por um produto que você não tem mais, mas tinha há poucas semanas atrás. você acha, mesmo sendo essa a primeira vez que o vê, muito lindo, ao menos, se encaixa no seu padrão de beleza – relativo a outros humanos e não você, ta?! sem narcisismo agora. como você não tem o tal produto ele vai embora, como qualquer outra pessoa faria, mas deixa o nome e telefone pra você ligar, caso o produto apareça de novo – só?. a imagem dele se mantém em sua memória o resto do dia, no dia seguinte, eventualmente durante a semana. e você nem mesmo sabe explicar porque pensa tanto numa pessoa que não conhece.

passam algumas semanas, você nem pensa no cara mais. é outro dia normal, igualzinho àquele que você acordou pensando que não aconteceria nada. suas atividades são as mesmas, inclusive no trabalho – olha que boa! é hora do seu intervalo e você, depois de comer, vai matar o tempo na frente do shopping com uma colega. adivinha quem passa? sim, o cara que você atendeu semanas atrás e tem mais, ele te cumprimenta - verdade! juro por Deus. na hora você sente um gelo na barriga e quase não o cumprimenta de volta. mais uma vez a imagem dele volta à sua cabeça.

num outro dia, depois de acabar seu expediente, você está indo embora pra casa, ele passa por você na rua. "olho pra trás ou não olho?", você se questiona. olha pra trás, ele tá olhando. olha de novo, ele olhando de novo. mas você segui o seu caminho. ah, esqueci de mencionar, você é tímido, mesmo que ninguém acredite, você é. e por causa de sua timidez você não volta pra tentar falar com ele. nem nessa primeira vez, nem nas duas outras vezes que vocês se cruzam na rua.

agora todo - ou quase todo - final de semana você o vê no shopping e se resume a dar um "oi" meio sem graça. quando ele entra na loja que você trabalho, e nem é pra falar com você, mesmo assim você sente aquele frio na barriga, as pernas tremem, a mão fica suada e seu coração acelera. arde de vontade de ir lá falar com ele, mas as pernas não obedecem, a língua trava e você fica lá, parado, apenas observando, queimando em desejo. você sabe o nome dele, mas ele nada sabe sobre você. ou sabe sim, você é o menino alto do balcão de celulares. é isso. o que fazer, quando você acha que tá apaixonado pelo cara? vou te contar...