sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

[histórua 108: é briga!]

lá estava eu passando na praça, todo despreocupado, pensando que eu estava caminhando na própria champs ellysees em paris. olhei para o lado e vi dois rapazes discutindo um moreno e um branco, agitavam o braço e falavam alto, é certo que eu não conseguia ouvir muito bem [sim, eu sou meio surdo] mas tenho certeza que ouvi as palavras: "estou mesmo", "vagabunda", "viúva", "minha mãe", "não é só eu não", "se você quiser", "comi mesmo", "tem pra você", entre outras coisas que só vieram fazer sentindo depois.

"vai sair porrada" pensei, mas não iria perder meu tempo para ver no que iria dar aquela discussão, quando eu me virei para seguir meu caminho, dei de cara com uma amiga.

- o que está acontecendo ali? – ela perguntou. [a essa altura a rua já tinha juntado uma boa de gente na praça querendo saber o que se passava].
- nem sei, parece que eles estão brigando.
- será que tem algo haver com o caso da mãe do moreno. [na verdade ela falou o nome do rapaz, mas eu tenho que omitir].
- caso da mãe dele? que caso? [no meu cérebro apitou o sinal: FOFOCA]
- tu jura que não ta sabendo?
- eu tenho coisas muito mais importantes para fazer do que investigar a vida dos outros.
- pois foi assim...

mas minha amiga nem terminou o caso, quando ela estava prestes abrir a boca o moreno deu com o capacete na cabeça do branco, sangue era o que não faltava [medo!] não pensem vocês que o moreno sentiu pena, ele vendo o outro cambaleante foi pra cima e bateu mais. o branco reagiu [realmente não me pergunte como, porque se eu tivesse levado uma "capacetada" daquelas já estava a baixo de sete palmos] pois o branco ainda deu uns chupes na perna do moreno, antes que o povo corresse e ajudasse a separar a briga. pense numa pessoa que não moveu um só músculo: EU! primeiro por que eu não queria perder nenhum lance para contar aqui, depois porque foi tudo tão rápido que nem ação eu tive [coitado de mim]. o fim da briga prosseguiu com o moreno tentando bater mais no branco, mas o povo segurando-o e o branco todo ensangüentando gritando: "comi mesmo, comi mesmo".

"comeu o que Deus?" era a única coisa que eu conseguia pensar. você deve estar se perguntando o porque da briga; calma, calma foguentinhos eu contarei. depois que a policia chegou, o moreno fugiu e o branco foi levado para o hospital e a multidão se dispersou, minha amiga e eu sentamos no banco e ela me contou tudo, nos mínimos detalhes, pois o motivo é o seguinte:

o branco estava tendo um caso com a mãe viúva do moreno, que por sua vez foi tirar satisfação com o branco, procurar saber se era verdade etc e tal, o branco não querendo levar o desaforo para casa não se conteve e proferiu as palavras: "estou mesmo", "vagabunda", "não é só eu não", "se você quiser", "comi mesmo", "tem pra você", que num contexto que provavelmente só eles sabem, deixou o moreno possesso, e eis o motivo da "capacetada" na cabeça do moço. mas a história não para por ai, descobriu-se depois que a viúva além do branco estava tendo um caso [ao mesmo tempo, eu disse AO MESMO TEMPO] com mais quatro outros caras [por isso o branco disse: "não é só eu não"] sim, a viúva estava fudendo com cinco ao mesmo tempo [ai que inveja] é viúva, mas não está morta.
dá pra acreditar? a vaca com cinco e eu aqui sem nenhum, ai que mundo injusto, vou te contar...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Guru Gay - versão caatinga -

[uma idéia de Goiano - Fast Love, agora na versão caatinga by: Jarbas]

A pergunta:
Iluminado ser de sabedoria que reina na luz e espalha as trevas (travas?) do mundo gay... eis me aqui perdido em uma dúvida crucial: a grande cafetina do universo (internet) por meio de seu acessor direto (bate papo) me trouxe um carinha... ligou a cam colocou o pau pra fora... lindo o pau... bateu uma... lindo ... depois de novo... nunca conversamos nada profundo só ficamos na putaria virtual... ó ser de sabedoria como fazer tal criatura se abrir mais ou pelo menos partir para putaria real... com ansiedade aguardo sua instrução.


Internético Apaixonado.

posso começar com um grito?
quem foi o espírito sem luz que me chamou enquanto eu estava morena, alta, bonita e sensual fazendo a linha Maria Bonita no cangaço no meio da Serra Talhada? [joga do no google earth que você saberá onde é]

aí, aí, aí, às vezes é tão difícil ser um ser iluminado, mas o dever me chama.
então internético apaixonado, você quer ir para os finalmentes com o óco do chat, não é?!
antes de qualquer coisa devo dizer que posso até imaginar sua carinha quando viu a neca do óco no emê ese enê. mas vamos pensar objetivamente queridinho. para ficar com alguém do chat tem que se tomar uns certos cuidados, claro ninguém quer ser espancado no meio da praça publica sem fazer a linha Jade e sem levar o Murilo Benicio para casa. [cof. cof. cof.].

1º. de onde ele é?
você deve procurar saber do bofe é se ele é de sua cidade; [no caso dele ser passe para o 2º passo, caso não, prepare-se para gastar dinheiro com uma viagem de ônibus ou avião. eu particularmente acho que você ganha mais indo num darkroom]

2º. sim. ele é da cidade!
isso é um bom avanço. agora procure saber qual o bairro dele, você não quer se envolver com alguém do morro do canta galo. traficante é chave de cadeia, eles fodem bem, mas é perigo na certa [não que eu tenha experiência com a “crasse”] [cof. cof. cof.] pior de tudo meu amô é se ele for um faveladinho querendo ganhar money às suas custas e mostrou a neca na sessão corujão da lan house lá do morro, nesse caso você pode pagar, usar e abusar do baixa renda, antes que ele roube sua câmera digital e seu DVD.

3º. não é traficante e nem favelado.
se ele morar num bairro modesto e não é traficante; você está muito bem encaminho; agora eu tenho duas opções para lhe oferecer: 1. faz a linha biscate e chama ele na chincha e deixa a putaria rolar solta, faz a linha objetiva meu amor e fala que seu edy está piscando de vontade e pronto, se o óco cagar pra trás você ainda pode correr no darkroom [de novo] OU 2. faça a linha moça virgem, continua teclando com o moço, vai aprofundando nos papos, e reza para um dia ele te chamar para chupar um sorvete, mas essa não e a minha linha querido e penso que não é a sua também, ou seja, faz a linha biscate mesmo.

então é isso meu amô, deixe-me voltar por que Lampião tá me chamando e como sou Maria e bonita eu não posso deixar o cabra macho na mão [literalmente].
qualquer coisa passa no meu bangalô que a gente exercita seus músculos, principalmente o esfíncter [sabe qual é esse músculo não?! joga no google]

beijosmeestupra
qualquer coisa canta I will survive que eu apareço.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

[história 107: o caso da melancia]

minha mãe entrou em casa como uma melancia linda [oh, deus como eu gosto de frutas] era uma melancia linda [eu já disse isso] parecia que tinha saído de uma cena de cinema, só de olhar para ele dava vontade de comer – sem nem saber como estava por dentro.

finalizei umas coisas pendentes no notebook e migrei para a cozinha com o objetivo maior de devorar a maior quantidade possível da melancia que mamãe havia acabado de trazer.

não deu outra, ela era como eu estava imaginando. quando minha mãe cortou a fruta enorme o cheiro doce invadiu a cozinha e minha boca encheu-se de água. era vermelhinha e doce feito mel de abelha, tão macia e com pouquíssimo caroços – ai deus, eu não mereço tanto, mentira mereço sim! isso sim é comida de verdade quem liga para um pedaço de carne frita [eca!].

chupei uma talhada, chupei outra, chupei mais uma, outra e outra. no total foram seis fatias da melancia, quando eu parei, mãos molhadas, boca melada, barriga parecia que tinha uma tênia de tão enxada que estava. limpei-me, por que eu sou "probe" mais sou limpinho.

voltei para o computador tranqüilo, satisfeito e feliz – comer é coisa de deus, eu tenho certeza. minha mãe passou por meu quarto, parou à porta e disse:

- toma banho agora não.
- tá - eu respondi, sem dar-lhe muita atenção [o jogo estava bem interessante].

Passaram uns vinte minutos eu peguei nojinho do jogo e decidi adivinha fazer o quê? tomar banho, obvio! fui na área de serviço peguei minha toalha que estava estendida no varal, voltei no quarto para desligar o notebook e fui tranquilão tomar meu banho, uma vontade de fazer xixi – claro, tanto melancia que eu chupei era a coisa mais natural do mundo, ficar com vontade de fazer xixi. quando eu peguei na maçaneta da porta do banheiro, minha mãe surgiu na porta no outro extremo da área e deu um grito:

- PELAMOR DE DEUS NÃOOO!!!

pense no susto que eu levei, a pigmentação de pele fugiu, meu coração foi de zero a setecentos em menos de um segundo, as pernas, coitadas ficaram bandas, quase meu espírito me abandonou. a vontade fazer xixi sumiu na hora, eu imaginei: "tem um cobra enorme atrás de mim, ou um bicho pior, merda, vou ser picado, é coisa pior por que tá demorando".

- é o que minha mãe?! - eu perguntei, quando consegui recuperar as forçar e percebi que a picada da cobra não chegou.
- toma banho agora não.
pensei: “meu deus, qual a necessidade de minha mãe fazer um escândalo desses só pra tomar banho primeiro?!” mas ela prosseguiu:
- depois que chupa melancia não pode tomar banho não, por que faz mal.
- o quê?!
- acredita não?! a vizinha da cunhada do irmão da prima de fulana quase morreu, tomou banho depois que chupou melancia deu uma convulsão e quase teve um ataque do coração.
- ai minha mãe, eu não te agüento, a senhora perde tempo acreditando nisso!
- claro que é verdade, fica viu.
pensei: "opção a: discutir com embasamento cientifico. opção b: discutir com embasamento sócio-cultural e folclórico. opção c: não discutir e tomar banho mesmo assim. opção d: não discutir e não tomar banho".

eu preferi não discutir e não tomar banho, fosse como fosse, morro de medo do tal sexto sentido que dizem que as mães tem, porém esperei mais uns quinze minutos e tomei meu banho, cada coisa que eu tenho que escutar, vou te contar...

domingo, 17 de fevereiro de 2008

[história 106: que foto linda amigo!]

- amigo que foto linda que você colocou no orkut.
- valeu, nem achei tão legal assim.
- ta linda! se eu não te conhecesse me apaixonaria por você.

[ risos ]

- pára a palhaçada.
- serio, você está muito lindo.
- no orkut tudo mundo é modelo moça.
- eu poderia me apaixonar por você.
- o quê?
- serio, você é um desperdício.
- como?
- se não fosse o fato de você ser como um irmão pra mim, e essa sua... condição.
- condição?
- relaxe, sem preconceito, você sabe que eu não sou disso.
- melhor mesmo.
- só que você é tudo que uma mulher quer, alto, bonito, inteligente, tem cultura, sabe tudo de etiqueta, entende de moda, sabe ser sincero sem machucar, você é meio que... perfeitinho.
- devo sentir lisonjeado?
- acho que sim, não entendo como você fica solteiro.
- ninguém enxerga isso que você vê.
- o mundo está cometendo um erro, quem descobrir o pote de ouro que você é, vai se dar bem.
- falando assim vou me sentir a madonna.
- ave maria, vou parar você é um nojo quando a gente te elogia.
- obrigado.
- obrigado?
- é, estava precisando ouvir uns elogios, não é de meu usual ouvi-los.
- só disse a verdade.

ao menos uma racha me enxerga, vou te contar...



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

[história 105: eu vou te dar um tiro desgraçado!]

[ao som de Jô Mistinguett – minha nova paixão musical]

começo com uma pergunta: qual seria o maior meio de divulgação do mundo?
respondeu internet? tv? outdoor? infelizmente você está muito enganado. devo lhe informar que o maior meio de divulgação do mundo é o velho e bom: carro de som. carro de som? sim principalmente for aqueles carros caiando os pedaços que ficam rodando a cidade inteira gritando com aquela caixas de som roucas incomodando todo mundo, vai dizer que aí na sua cidade não tem um desses que grita: “pamonha, pamonha quentinha, é o carro da pamonha”. tem. eu sei que tem.
aqui por vezes aparece um carro desses, mas não devendo pamonhas e sim vendendo remédio para matar [como eles mesmo dizem] vermes e lombrigas [perseguição comigo?].
é absolutamente insuportável a voz do homem que narra, pior ainda é o texto, só seu que o tal remédio cura todos os tipos de doenças, mas não é sobre isso exatamente que eu vou falar.

meu tio morava com minha avó – ele ainda mora na mesma casa, mas vovó, morreu.
[anyway] antes de minha avó morrer ele dormia no primeiro quarto da casa, aquele que tem a janela que dá direto na rua. meu tio tem mania de todos os dias depois do almoço tirar uma soneca [fala a verdade, é uma delicia fazer isso, não é?!]. pois bem, num desses dias ele estava lá cochilando tranqüilo quando o esse moço do remédio contra vermes pára de frente a casa de minha, de frente à janela de meu tio; e foi gritando e foi falando, falando, falando e falando. meu tio no quarto tentando dormir e não conseguia [vocês já perceberam pelo o que eu conto aqui, que minha família tem uma tendência ao exagero – tanto a paterna quanto a materna] pois bem, possuído por um orixá guerreiro do cangaço meu tio levantou-se da cama e pegou uma de suas espingardas [aquelas ele usa para caçar] na hora que o homem parou de falar ele abriu e porta e apontou a arma para o homem e gritou:

- se você não sair daqui eu vou te dar um tiro desgraçado!

pense num homem que entrou em desespero e ligou o carro caindo aos pedaços e saiu voando da frente da casa de minha avó, depois disso meu tio voltou e teve o seu merecido sono da tarde, detalhe da história é que a espingarda estava desarmada [cof. cof. cof.] mas ao menos serviu para expulsar o moço da porta da casa. só sei que depois disso o homem sumiu uns três meses da cidade, hoje ele passa em todas as ruas aqui, menos na da casa de meu tio. se eu fosse ele ia agir do mesmo jeito, é melhor garantir a sobrevivência, não é?! vai que um dia a espingarda está com bala, vou te contar...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

[história 104: é verme!]

a nova mania de minha mãe agora é dizer que eu estou abatido, magro e amarelado.

amarelado?

eu que sou preto, praticamente zumbi dos palmares, amarelo? pois é, diz ela que é verme [lombriga] na barriga e que eu preciso beber uns remédios e vitaminas.

lá estava eu na santa paz do senhor jogando the sims 2 beijando horrores [ao menos no virtual] quando chega me mãe com uma sacola, senta na cama e começa:

- aqui está o remédio de verme para você, é dose única, você bebe esse hoje e amanhã de manhã começa beber essa vitamina com sulfato ferroso que é pra deixar você menos desnutrido.
- eu não vou tomar isso não.
- claro que vai, olha pra sua cara, ta parecendo o esqueleto do he-men.

[minha mãe sabe quem é he-men???]

- mas mãe...
- ssshh! sem reclamação, toma o remédio, nem tem gosto de nada.
- tá.

melhor não contrariar, né?! dizem que mãe tem um sexto sentido.
agora fico eu aqui tomando remédio, segundo minha mãe todo "vermento", seco feito esqueleto do he-men e amarelo.

eu agüento cada coisa, vou te contar...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

feliz ano novo chinês.

o ano do rato.


2008 será um ano de ação de acordo com o seu animal regente, o Rato de Terra. a terra pede planejamento, organização, disciplina, perseverança e responsabilidade; já o rato vem com a ambição sadia e o desejo de prosperidade material junto com a praticidade, a dedicação ao trabalho e os bons relacionamentos. junte estas qualidades e coloque-as em prática: mova-se, vá atrás dos seus sonhos, seja sociável e faça contatos com pessoas influentes, elas serão de grande valia no futuro. mas não vá “mergulhando de cabeça” em qualquer negócio. seja realista e criterioso; avalie bem as situações. evite as atividades escusas e especulativas. Bom período para trabalhar e também estar com os amigos, se divertir, namorar e viajar. no aspecto negativo poderá haver muitos mal-entendidos por causa de fofocas. encontraremos também muita teimosia, resistência a mudanças e os eternos preocupados, ansiosos e estressados com o trabalho.
texto em vermelho, por que segundo os chineses o vermelho é a cor da properidade e alegria.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

[história 103: quem é esse tal de Jarbas?]

como minha cidade só tem 4 mil habitantes e fica bem próxima de uma cidade pseudo-grande, muita gente daqui [principalmente os que tem mais dinheiro, coisa que não é o meu caso] vão morar e estudar na cidade próxima. a família de meu pai mora lá, eu tenho tias maternas, muitos amigos e conhecidos. só para acrescentar é nesse cidade vizinha que eu faço curso de inglês todos os sábados [ai que saudades]

lá estávamos um amigo e eu dentro de um coletivo lotado indo para a casa de um outro amigo [tava parecendo uma lata de sardinha] mas por incrível que pareça nesse dia eu senti e na janela [coisas realmente raras para mim] quem acompanha o blog sabe de minha sorte singular. pois bem, nem tudo é rosas bonitinho, lá estava eu distraído, o ônibus pára no sinal. de repente eu escuto ao longe alguém gritar meu meu nome. seria possível alguém dentro do ônibus me conhecer e estar me chamando?
escuto de novo, de novo e de novo.

- você está escutando seu nome? – perguntou meu amigo.
- sim. [graças a deus não era só eu quem estava doido.]

olhei para um lado, olhei para o outro, quando eu olho para fora da janela, vejo uma amiga insana da qual vou omitir o nome, mas ela saberá que eu estou falando dela, pulando e gritando meu nome no meio da caçada. [coitada!] quando ela viu que eu olhei na direção dela, ela começou agitar os braços feito aqueles bonecos de posto de gasolina [amiga, é por isso que eu te chamo de bonecão do posto] para piorar a situação o sinal abriu e ela saiu correndo atrás gritando meu nome e apontando pra mim, todos dentro do coletivo olharam em minha direção. disfarcei, olhei ao redor, olhei para todos e disse [alto o suficiente para o povo no ônibus ouvir]:

- caramba, coitada dessa menina, quem é esse tal de Jarbas?

o ônibus ganhou velocidade e nem para o lado de fora eu olhei mais.

dias depois ela me liga:

- amigo te vi na rua esses dias e você nem falou comigo.
- onde inha? [sentiu a falsidade?]
- você estava num coletivo.
- ah, nem te vi, mas você estava dentro do coletivo também?
- não estava na rua e te gritei igual uma louca e você nem olhou pra mim.
- caramba, juro que eu não vi.
- é, mas tudo bem... me conta aquele bafão de fulana.
- menina, foi assim...

Por isso que eu sempre: “aconteça o que acontecer; mantenha sua classe e não deixe que nada abale sua pose.”

vou te contar...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

[história 102: sobre o nome mais feio do mundo]

Uma saudade pulsante e crescente de Curitiba tem tomado conta de mim mais do que o normal nesses últimos dias, por diversos motivos que não vem a calhar nesse momento. Isso fez com que eu lembrasse de uma história que aconteceu comigo em 2005 quando por lá eu estive pela primeira vez, no intuito de morar.

- big flash back, por favor –

Só para vocês entenderem, em meados de outubro de 2005 eu comecei a entrar em contato com meu primo de Curitiba e a esposa dele, em 16 de dezembro de 2005 eu estava viajando da Bahia para o Paraná para tentar a sorte [coisa bem retirante mesmo] depois de cerca de 32 horas de viagem de ônibus e muitas lagrimas eu cheguei em Curitiba.
Sabe aqueles filmes de Hollywood que a pessoa sai da sua cidade interiorana para tentar a vida numa das grandes capitais? Pois é, era assim que eu me senti quando desci na rodoviária e meus primos me pegaram durante o trajeto eu olhava para fora do carro, para aqueles prédios altos, os parques, o Shopping Estação, a Praça do Japão – pára se não eu choro.

Pois bem, eu cheguei num sábado e meus primos já tinham compromisso com amigos para irem numa pizzaria, foi apenas o tempo para eu deixar minhas coisas na casa, tomar um banho e sair para a rua com eles.

Devo confessar que eu não entendia nada que o povo dizia, eu quero dizer, no primeiro instante eu não entendia as conversas paralelas ou meu redor, só se falassem comigo diretamente, tudo isso por causa do sotaque, o famoso: "leitE quentE que dói o dEntE da gEntE principalmentE o dEntE da frEnte" mas como diriam os próprios curitibanos: "nós não temos sotaque, o povo de fora que tem maldade" enfim.

Na pizzaria sentamos, meu primo me apresentou a todos e do meu lado sentou a prima da esposa de meu primo, conversa vai, conversa vêm, um deles vira para mim e diz:

- você está tão calado, fala alguma coisa sobre você;
- sobre mim? Pergunta que eu respondo.

Pronto abri o espaço para novas amizades e tal, me perguntaram tudo, principalmente sobre micaretas e carnaval, não sabendo eles que eu sou um baiano totalmente atípico e não me simpatizo com esse tipo de festa, mas enfim, não deixo de ter conhecimento e respondia a medida do possível, eis que me perguntam:

- mas onde você trabalhava?

Respondi que trabalhava dando aulas de informática para alunos de 5ª a 8ª series numa escola do município e tal – coisa que eu não faço mais graças aos deuses. Não sei bem como, mas a história se voltou para nomes, começamos a falar sobre nomes estranhos e feios, mexeram numa área que eu tenho bastante conhecimento de causa [por experiência própria] lá comecei eu a falar os nomes “criativos” de meus ex-alunos [vide história 062] entre risadas e tantos nomes eu soltei a seguinte frase, eu disse:

- todos são nomes horríveis, mas o pior de todos é Irineu.

A mesa veio a baixo de risadas, todos riam compulsivamente e eu fiquei sem entender, eu não sou tão engraçado assim e nem o nome Irineu seria o causador de tantas ridas assim – que seria então?
Virei para a esposa de meu primo e perguntei o que eu tinha feito para causar tantas risadas. Elas [coitada] quase morrendo de rir o rosto todo vermelho, diz:

- está vendo essa menina do seu lado?
- sim, sua prima.
- o pai dela se chama Irineu.

Onde estava o buraco para eu enfiar minha cabeça? Alguém tinha uma passagem de volta para a Bahia pelo amor do bom Deus? Pensem numa pessoa que desejou mais do que tudo ficar invisível naquela hora. Pedi mil desculpas para a menina, sem conseguir olhar nos olhos dela de tanta vergonha que eu estava.

Agora façam um calculo matemática comigo: qual a possibilidade numérica de um menino que morava no interior do interior da Bahia dando aulas de informática numa escola municipal que tinha um aluno chamado Irineu, viaja para morar com o primo, para uma cidade a 32 horas de distancia da dele, cerca de 2.180 km de asfalto percorrido, chega no primeiro dia, vai comer pizza com os amigos do primo, na pizzaria ao lado de uma menina, diz que acha o nome do ex-aluno chamado Irineu terrivelmente feio e o pai dessa menina que ele acabou de conhecer se chama Irineu?

Há quase 3 anos eu tento entender isso, mas não consigo, essas coisas só acontecem comigo. Vou te contar...

- fim do big flash back. Obrigado deixem-me com minha saudade -